Voz do vento

Perdi a voz da esperança
enquanto perdia tempo,
paira-se na lembrança
e no ar o velho lamento.
 
Gozei-me na infância
donde brandava o vento,
suspirava uma ânsia
do meu ríspido silêncio.

Finquei na terra que estanca
uma flor no seu tempo,
algo para que tampa
o meu sofrer tão lento.

Já não rezo para a santa
nem louvo o meu intento,
solto meu grito que arranca
do ar o antigo movimento.

 

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