É ver, serrir e acenar... corta-me o ar

 

In, Ativismo Sedentário - 0,49 Poemas sobre Revolução

 

Aparento ser mais um sem rumo.

A lucidez em mim sempre perdura, o tempo desvaneceu-se em fumo.

Horários trocados e mobilidade de uma escultura.

Explosões e mais implosões só de ideias, o fumo sai cada vez mais pelos ouvidos...

Um quê de rebeldia, amor-próprio e vou praticando a postura.

Apago o cigarro, sinto o sangue nas veias.

Queria vislumbrar um futuro, mas as paisagens são tão feias.

Desérticas como a vossa Superioridade!

Mísera e esquelética, como a vossa cultura geral.

E preferiam que os gays estivessem todos para lá dum muro?

Já tive de me conter para não dar muito murro...

Seca esta nossa ideia de felicidade.

Deixaram que o dinheiro vos transformasse em pestes?

Roupas cheirosas e perfumes estilosos. Bem tingidas estão essas vestes.

Puro sangue asiático, pago a preço da chuva.

No escritório a obesidade é festejada com sumos de uva.

Páro. Penso. Respiro um bocado.

Penso no caminho.

Dirijo-me para sud... Mas vislumbro 2 nordestes.

Medito. Páro. Penso. Respiro um bocado. Onde caralho está o caminho?

Talvez devesse descansar o pedaço, ajudava 1 bagaço.

Mas há tanto para fazer e cada um se fecha cada vez mais no seu ninho.

Comunicam por ligações, trocam poucas impressões.

Tenho de pôr mãos á obra. E produzo pouco mais que um traço, marcado a tinta azul,

é suposto isso aí acima, e repito, ser considerado uma obra.

Talvez de arte, diz-me do modo como evoluem as merdas,

quantos anos faltam para pisar Marte?

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Comentários

Belo e introspectivo meu caro poeta

Parabens pelo trabalho sério de profunda meditação

FC

Aplausos, Bela obra.