Sem Norte

"O destino marcou-nos com o sinal dessa procura e em todos os recantos de existirmos ele se manifesta."
FERREIRA, Vergílio “Arte Tempo”, edições rolim

Marmórea a Mnemosyne, eu nua em espuma
Impoluta, fremente ranjo os dentes,
Mordo arrepsia acerada qu'entrementes
Implexa, me atordoa. Imerjo enquanto uma

Bússola me evanesce e mais nenhuma
Efígie reverbera tão fielmente
Senão uma rosa branca, e de repente
Dissolvo-me - sou cinza que avoluma.

Sem Monte Horeb ou Porto, neptuniana
Bissexta brisa, véu d'alteridade
No espelho em estertor que me profana.

Túrbida a Cifis rasga-me dentro e há-de
Abjugar na memória uma atra liana.
Sou Medusa sem Norte, nome ou idade.

Género: 

Comentários

"(...) I will be myself.” 
BRONTË, Charlotte "Jane Eyre", 1847