A LUA QUE OLHAMOS

Minha bela, esta noite, a nossa lua
Que caminha na escura solidão,
Vai lembrar-me, ao me por a vigiá-la,
De ti, que hoje guardo no coração.

Esta noite, mesmo ao relento, eu verei
Nos raios do luar a sombra tua;
De saudade tua voz ouvirei
No silêncio sombrio da nossa lua.

Igual a ela, percorrido eu tenho
Da existência os caminhos tão tristonhos.
Sem teu olhar, teu sorriso, e primor...
Sem te sentir, senão nos doces sonhos.

Meu peito é frio, de minha alma o palor (palidez)
Ao desta muda lua é semelhante.
Sem poder admirar tua grandeza,
Sou infeliz... de todos sou distante.

Por viver longe de tua beleza,
A alegria procuro a lento passo...
Sou como a lua quando, em certas noites,
De si própria também perde um pedaço.

A nossa lua, minha bela, esta noite
Estará linda, cheia e luminosa,
Qual fora minha alma naqueles dias
Perante tua imagem carinhosa.

Em seus desertos, em seus frios abismos,
Em toda parte, seja a mais secreta,
Eu buscarei tua rara lembrança
Para inspirar meus versos de poeta.

Eu sei que lá do alto esta dama altiva
Ao ver-me pensativo e triste pelas
Infindas horas que sem ti eu vivo,
Irá chorar mais de um milhão de estrelas.

Mas, se por acaso, minha querida,
Teu olhar, nessa noite hibernal,
O negro céu for buscar, nossa lua
Encontrará tão divina e imortal.

E juntos – o poeta e a sempre amiga –
Vão estar do luar na branca fronte.
Nossa amiga do céu vai nos unir,
Qual se fosse da amizade uma ponte.

DEDICADO À AMIGA REGIANI CAMPOS
POEMA ESCRITO EM 02/07/2011

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Comentários

Sim, versos são pontes que nos levam a sonhar com o amor inatingível... Lindo!

Obrigado! Este poema que escrevi para uma amiga é um dos meus preferidos, pois, em uma das últimas vezes que nos encontramos, falávamos de nossa adoração pela lua, e certamente, apesar da distância, quando a vemos, sentimo-nos próximos um do outro.

É poeta! Amizade é quase amor...