poema de amor...

lanço a rede ao fundo,
para vislumbrar o poema
feito de palavra de nada
ou do que não foi dito ainda,
talvez da palavra calada,
duma porta fechada ou aberta,
alento de minha boca
uma dor que aperta,
memória dum tempo
ou da minha força, já pouca.

será o poema pássaro
que voa para o poente
de asas fatigadas
tocando as águas do mar
rumando à eternidade
docemente,
levando com ele meu olhar?

este poema é cego
e causa-me calafrio!
os seus resignados olhos,
são os meus,
às vezes são rio
que já corria
no ventre de minha mãe,
num sussurro morno
onde não há volta.
mas ainda assim me alegro,
porque este poema
é de amor também.

natalia nuno
rosafogo

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Comentários

Oi amiga
Cheguei agorinha mesmo duma viagem a Espanha e trazia saudades destes sitíos onde publico, de facto tornaram-se um pouco da minha vida, sem eles e sem os amigos me sinto um pouco sem graça. Grata então pela leitura.

Beijinho, fica bem.

Gostei do poema, profundo, denso, enigmático. Trás á colação um pouco da alma da poetisa.

Cumprimentos.