Remorso

Minha boa aniga, sendo um facto que a escrita retrata um pouco de nós, ao longo da vida perfilhei uma filosofia. Numca me regozijei  cm o mal feito e não obstante conceder-me o direito de errar sempre me exigi o dever de corrigir.

Ultimamente os tempos tem-se revestido de alguma ansiedade, o poema pode ter sido fruto de um desses momentos. Mas felizmente o meu rio voltou ao leito natural e corre sem sobressalto em perfeita harmonia com a sua natureza.

Um beijo para si poetisa das palavras doces

Eu também não quero que as esqueça, porque elas são a semente que irá gerar uma colheita forte.

Bjs

Cara CC Concordo e discordo com a sua apreciação e, a parte que envolve a minha discordância, levaria este tema para um campo denso e filosófico, o qual não encontra aqui, espaço para a tese e muito menos para a discussão do contraditório.

Parafraseando Florbela Espanca « ser poeta é ser mais alto, é ser maior que os homens», não é ser mais alto, no sentido materialista da palavra. É ser diferente, é por exemplo, olhar para duas peças de barro e a apreciação ir mais longe do que o belo no contexto da beleza. É ir mais longe, viajar na sensibilidade, ver por detrás da peça as mãos do oleiro, trabalhando, moldando, dando corpo ao barro. E essa sensibilidade, viaja no ADN do poeta transportando agruras, vulcões adormecidos, que por vezes são despertos pela sensibilidade da nossa capacidade de associar/viajar nos objetos, monumentos, locais, paisagens, que por vezes trazem à colação algumas paixões adormecidas.

Eu sei que não sou um poeta, na grandeza que a palavra transporta, faço uns rabiscos, melhores ou piores, consoante o momento e a inspiração. Mas sei que sou um ser humano forte mas sensível, habituado a vencer, com um horizonte mais amplo que o meu umbigo perfilhando a lei do equilíbrio, procurando que o prato da balança do bem esteja para alem da horizontal. Esse talvez seja o segredo para os meus pequenos êxitos.

Sendo humano tenho defeitos e carências comuns à minha espécie. Sei que tudo é efémero e nesta caminhada da vida nada mais prevalece que a absorção dessa caminhada. Procurei sempre aprender e evoluir no erro, concedendo-me o direito de errar e exigindo-me o dever de corrigir, encorpado na humildade do reconhecimento e nunca me senti diminuído por pedir desculpa, sempre que julguei ser necessário. Ao falar tanto na 1ª pessoa do singular, quero entroncar em fatores de sensibilidade e numa consciência adulta madura.

As pessoas, são o de que mais importante existe na minha vida. Eu não quero ser tudo, quero apenas ser eu. Eu não quero tudo, quero apenas aquilo que posso ter, luto por isso limpamente sem atropelar ninguém. Respeito os sentimentos das pessoas e neste mundo de sensibilidades, beliscar alguém seria como ter o martelo de Thor em ressonância no meu consciente.

No que concerne á frase «o único remorso que podemos sentir sem remorso, é viver e escrever sem remorso» Não é bem assim, quando escrevemos sobre sentimentos, muitas vezes exaltamos vivências, trazendo á colação algum sentido de culpa. Se me perguntarem se sou feliz, a leitura da minha introspeção, não é concreta nem definida, direi sim.. talvez.. acarreto os defeitos de um ser insatisfeito. Não me queixo da vida dou graças a Deus por ela.

Um beijo para si, CC.