FINAL
Autor: Camilo Pessanha on Saturday, 23 March 2013
Ó cores virtuaes que jazeis subterraneas, --Fulgurações azues, vermelhos de hemoptyse, Represados clarões, chromaticas vesanias--, No limbo onde esperaes a luz que vos baptise, As palpebras cerrae, anciosas não veleis. Abôrtos que pendeis as frontes côr de cidra, Tão graves de scismar, nos bocaes dos museus, E escutando o correr da agua na clepsydra, Vagamente sorris, resignados e atheus, Cessae de cogitar, o abysmo não sondeis. Gemebundo arrulhar dos sonhos não sonhados, Que toda a noite erraes, doces almas penando, E as azas laceraes na aresta dos telhados, E no vento expiraes em um queixume brando, Adormecei. Não suspireis. Não respireis.
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Comentários
Marcos Sousa
4ª, 27/03/2013 - 00:27
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Muito boa poesia.
Muito boa poesia.