BAJADO - PINTOR

 

EUCLÍDES FRANCISCO AMÂNCIO

(83 anos)
 Artista Plástico, Chargista, Letreirista, Cartazista e Pintor de Quadros e Murais 
 
* Maraial, PE (09/12/1912)
+ Olinda, PE (15/11/1996)


Euclides Francisco Amâncio, artista plástico, chargista, letreirista, cartazista, pintor de quadros e murais, conhecido mundialmente como Bajado, nasceu no dia 9 de dezembro de 1912, no município de Maraial, no Estado de Pernambuco.
 
O apelido Bajado surgiu na infância por causa de uma brincadeira, durante um jogo de bicho, seu passatempo preferido.
 
Bajado mudou-se para Catende, outro município pernambucano, ainda adolescente, indo trabalhar como ajudante e pintor de cartazes de filmes de faroeste, onde ficou até 1930.
 
Quatro anos depois, foi morar no Recife, onde arranjou um emprego como letreirista de cartazes e operador de máquina do Cine Olinda, função que exerceu até 1950.
 
Nas horas vagas pintava letreiros, fachadas e interiores de lojas comerciais, restaurantes e botequins, ornamentando-os com figuras ou compondo painéis e quadros.
 
 
O artista prestou uma grande homenagem ao bloco carnavalesco Donzelinhos dos Milagres que estava encerrando, para sempre, os seus festejos de carnaval, pintando na parede de sua sede os versos: "O mar que levou a praia, levou também Donzelinhos."
 
O gosto pela arte se manifestou quando Bajado retratou os clubes carnavalescos de Olinda, Pernambuco, Pitombeira dos Quatro CantosElefanteO Homem da Meia-NoiteCaririVassourinhas, assim como o frevo rasgado na Ribeira, Largo do Amparo, Varadouro, Praça do Carmo.
 
Em 1964, junto com alguns amigos de profissão, inaugurou o Movimento de Arte da Ribeira, em Olinda, onde passou a expor seus trabalhos.
 
 
Dentre uma mistura de cores e tintas, Bajado foi capaz de reproduzir inúmeras telas sobre a vida cotidiana, o sofrimento, as emoções e a cultura do povo pernambucano.
 
O artista possuía um temperamento calmo e brincalhão. Fluiu na arte, com a simplicidade de um homem humilde. Era considerado um artista primitivo, inserido no estilo da arte contemporânea. Sua tendência artística era a liberdade de estética, comum na arte moderna, e suas obras retratavam tanto os folguedos carnavalescos, como também reverenciavam políticos e personalidades ilustres da sociedade pernambucana: Agamenon Magalhães, o presidente Jânio Quadros, o general Teixeira Lott, entre outros.
 
Na década de 1970, um turista italiano, Giuseppe Baccaro, ao ver as suas pinturas e quadros a óleo expostos nas residências e estabelecimentos comerciais de Olinda, ficou impressionado diante do primitivismo artístico do pintor que assinava da seguinte maneira as suas obras: "Bajado um artista de Olinda". Contactando-o, lançou-se como divulgador e administrador dos seus trabalhos.
Bajado (Acervo: www.onordeste.com)

Em decorrência disso, alguns meses depois, começaram a aparecer as suas primeiras exposições e mostras no Recife, na Casa da Cultura, na Fundação Joaquim Nabuco, na Caixa Econômica Federal, no Lions Club, no Cabanga Iate Clube.

 
Novas oportunidades continuaram a surgir, desta vez para o artista expor em outras capitais brasileiras como o Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Vitória. Do exterior, Bajado recebeu vários convites para ir apresentar as suas obras. Neste sentido, iniciou pela França uma maratona artística, passando pela Itália, Espanha, Holanda e Tchecoslováquia, atual República Tcheca.
 
Em 1994, no limiar dos 80 anos, Bajado foi homenageado com uma mostra internacional na sede da Unesco, em Paris, com a participação de diversos artistas internacionais.
 
Contido, apesar da sua fama e do seu talento artístico, ele sempre viveu humildemente. Tinha como o maior prazer da vida a expressão da sua arte primitiva, a alegria do seu povo.
 
 
Bajado passou seus últimos dias assistindo filmes antigos na televisão e recordando as peripécias da sua mocidade. O artista plástico, faleceu em 1996, aos 83 anos de idade, em sua residência localizada na Rua do Amparo, nº 186, em Olinda, imóvel este que lhe foi doado por  Giuseppe Baccaro, o seu marchand italiano.
 
Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais e Machado, Regina Coeli Vieira. Bajado. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Acesso em: 13 out. 2012.
Indicação: Gilson Oliveira

 

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