Alma despida.
Alma tão despida que trago comigo.
Alma amarrotada, enxovalhada e torturada.
Alma dependente de uma vida contigo.
Senti na pele o que era ser amada.
Amei como jamais alguém amará.
Vesti-me de sol, fiz-me de lua.
Dei-te minha alma, agora nua.
Perdi-me na imensidão da rua.
Escrevi nas paredes "sou tua".
E hoje de ninguém sou,
o coração que um dia amou,
em pedra se transformou.
Pergunto-me agora, para onde vou?
Caminho, mas o chão já não é certo.
Falo de tudo, mas nada consegue ser correto.
E acarreto, todos os demônios que prendi.
Trago às costas o peso de quem me servi.
E só eu sei, a dor que eu senti.
Perdição amaldiçoada, desperto da alvorada.
Sinto tudo, mas já não sei de nada.
Silêncio constrangedor, mágoa de um amor.
Agora o vento sopra, e eleva-me no dissabor.
Que vida cruel, tudo pintado sem cor.
Comentários
josé João Murti...
5ª, 12/12/2013 - 21:32
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Poema com muito sentimento.
Gostei do poema. Intenso, sentido. Muito bonito.
Cumprimentos,
João Murty