Sagres
SAGRES
Nesta terra diferente de mar profundo, onde os mitos outrora foram vencidos
Declamo o poema a este povo coberto pelo rumor e pelo sal do seu mar
Circundado por escarpas e ventos fortes, que sopram em todos os sentidos
Sigo na saga de rumos desconhecidos, inspirado na magia intemporal do ar.
Em baixo. Fome revolta, vagas cruéis lançadas por esses mares da desventura
Sons alados, ecos de barcos naufragados, sepulturas que jazem no fundo do mar
Em cima. Astrolábios, compassos, cartas, velas, caravelas, mareantes, aventura
Escola, alquimia, Infante, rosa-dos-ventos, instrumentos rodopiando sem parar.
Esta terra diferente tem mais cor, feita de tinta de mil sonhos e de ansiedade
Que deram visões de novos mundos, construídos na mentira e na verdade
Em temas épicos escritos por monges poetas que te honraram e declamaram.
Na ponta do Cabo de S. Vicente, nesses rochedos que se erguem ao universo
Colho na mão a tinta desse misticismo, que se esvai nas letras deste meu verso
Poema de agora, bebe e sente essa aura de outrora, a quem os poetas sublimaram.
Comentários
josé João Murti...
5ª, 26/12/2013 - 21:46
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Obrigado NEREIDE
Obrigado pelo visita/comentário.
Foi em Sagres (no meu Algarve a 30 km do local onde nasci), que o Infante D. Henrique desenvolveu toda a planificação da célebre epopeia maritima.
Um bjs
João Murty