ANATOMIA DO POEMA

ANATOMIA DO POEMA

Silabas magoadas, embriagadas,
á solta no berço da ilusão
vogam livres, amaldiçoadas
Encurralado num beco escuro
ingero, frases sem sentido,
dúbio fragmento e desilusão,
mastigo letras que não procuro,
arde-me o sangue, esforço ignoto,
sou poço de febre, um lobo de fogo,
perseguido como um mártir devoto.
Como se tratasse de um jogo,
cospem, palavras seladas na obrigação,
em escrita boçal, sem sentimento.
Por onde andas musa?
é da poesia , que eu me alimento!

Vem… vem, chega de mansinho,
anatomia do poema, musa da poesia
moras na alma, carrego-te nos meus ombros
então porque não vens? O amor é magia!
ternura , emoções, loucura, olhos de quem ama
vem, caminha na dor, entre ruinas e escombros.
desgrenhada, nua e fria, feres o espirito sem chama

Musa inspiradora, és meu prémio e meu castigo.
Eu não morri! Vivo na alma do poema! Vivo contigo

João Murty

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e assim se faz a simbiose 

entre as palavras e as emoções.

 

*** PAZcoa Feliz ***

__ Abílio,

Anatomias, ironias, interrogações e um olhar para fora e para dentro. Mais que silabas versejadas são dois poemas de saturação e de algum desencanto.

Obrigado, pela visita um abraço

João Murty