ANATOMIA DO POEMA
ANATOMIA DO POEMA
Silabas magoadas, embriagadas,
á solta no berço da ilusão
vogam livres, amaldiçoadas
Encurralado num beco escuro
ingero, frases sem sentido,
dúbio fragmento e desilusão,
mastigo letras que não procuro,
arde-me o sangue, esforço ignoto,
sou poço de febre, um lobo de fogo,
perseguido como um mártir devoto.
Como se tratasse de um jogo,
cospem, palavras seladas na obrigação,
em escrita boçal, sem sentimento.
Por onde andas musa?
é da poesia , que eu me alimento!
Vem… vem, chega de mansinho,
anatomia do poema, musa da poesia
moras na alma, carrego-te nos meus ombros
então porque não vens? O amor é magia!
ternura , emoções, loucura, olhos de quem ama
vem, caminha na dor, entre ruinas e escombros.
desgrenhada, nua e fria, feres o espirito sem chama
Musa inspiradora, és meu prémio e meu castigo.
Eu não morri! Vivo na alma do poema! Vivo contigo
João Murty
Comentários
Henricabilio
6ª, 18/04/2014 - 20:43
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e assim se faz a simbiose
e assim se faz a simbiose
entre as palavras e as emoções.
*** PAZcoa Feliz ***
__ Abílio,
josé João Murti...
2ª, 21/04/2014 - 14:21
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Obrigado Abilio
Anatomias, ironias, interrogações e um olhar para fora e para dentro. Mais que silabas versejadas são dois poemas de saturação e de algum desencanto.
Obrigado, pela visita um abraço
João Murty