O Anjo Voou II
Vais embora e deixas-me ficar,
Sozinho neste sitio onde te costumava contemplar.
É obvio que eras a mais impossível missão,
Mas eu gostava de acreditar que chegaria ao teu coração.
Nem deves saber quem sou eu,
Mas eu conheço decore o teu sorriso como se fosse meu.
Ver-te na linha final foi como morrer,
Como se metade de mim acabasse de desaparecer.
Tu eras de longe a mais bela e haveria mais em ti,
Eu era o vento que, invisível, corria atrás de ti.
Mas o destino não nos quis e tudo se acabou,
Apenas mais um grande sonho que não se realizou.
E dói tanto imaginar tudo aquilo que poderia ser o nosso presente,
Declarar óbito à tua memória na minha mente.
Parte bem…que encontres felicidade e paz,
Que encontres com fartura tudo aquilo que te satisfaz.
Não te esquecerei, mas será duro lembrar-me de ti,
Ver fantasmas do tempo em que andavas por aqui.
Design é aquilo que tu és e que Deus criou,
Os traços mais sublimes que alguma vez alguém desenhou.
Se a minha vontade valesse…
(07/05/2014 – 21:46)
Comentários
josé João Murti...
Dom, 25/05/2014 - 11:22
Permalink
Por vezes, quando perdemos ....... ganhamos.
Mais que um poema, é a voz de um sentimento amargurado num coração desiludido.
Por vezes ao perderms, ganhamos. O tempo sara feridas abertas e decanta novos horizontes.
Gostei do poema,
Um abraço,
João Murty
António Cardoso
2ª, 26/05/2014 - 17:31
Permalink
Sim, nem sempre se pode
Sim, nem sempre se pode ganhar e às vezes para ganhar é preciso perder.
Eu nem sei se posso chamar a isto derrota. É certo que não ganhei mas também não acho que tenha perdido...foi bom poder vê-la enquanto ela passou por cá e ter sentido o que senti, se mais não fosse a esperança, e escrito o que escrevi. Não sei se chegou a ser amor, foi cedo demais para isso, mas foi algo que podia ter vindo a ser amor.
Mas o amanhã trará à face da terra novos anjos, novas experiências, novas visões, novas hipótesses de disparar e acertar...de ganhar!
Um abraço.