Hoje, à semelhança de dias anormais
Hoje, à semelhança de dias anormais,
não estou inclinado a escrever sobre o amor.
Ele inclinou-me de mais,
uma vida toda; e nem uma flor.
Hoje, inclinado, apetece-me olhar a natureza.
Verificar a quantidade de desprezo, por vezes, maldade,
e, ainda assim, admirar que continua mostrando beleza,
a já saudade Natureza.
Quão admirável?
Quão inspirante?
Pena o sentimento ser inigualável
pelo seu habitante errante.
Nunca nós demonstraremos metade
, ou faremos, (nem um quarto de metade)
daquilo que ela faz por nós.
Usamos e continuaremos a usa-la de mais,
esquecendo a sua fragilidade.
Ela admirar-nos-à a todos, iguais.
Nós continuaremos a vê-la como uma utilidade.
Até que sem podermos seguir em frente,
perceberemos
que é na natureza
que a nossa selva está assente.
Comentários
josé João Murti...
5ª, 03/07/2014 - 21:10
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Gostei
Poesia que bebe no pensamento e se esvai caindo de forma INCLINADA na eloquencia e no eruditismo do poeta
Parabéns meu amigo
Joyce Machado
6ª, 04/07/2014 - 15:37
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Grande Rui
Elogios dou-te pessoalmente ;). esta brutal!