Natureza
Sinto-me a erguer,
Na esperança de te ver...
O meu coração sobressaltado,
Pelo meu mundo à natureza enlaçado...
Tenho vagamente uma certeza
De que toda esta riqueza,
Um dia regressa inconsolável
Com toda a sua beleza amável...
Todo o seu poder titânico
Controlado por alguém sádico
Cambaleia na sua garganta
Neste grito que me encanta...
Gritas de forma surda
Aos meus olhos cegos,
Cegos à vida ingrata
Filmam toda a tua beleza
A tua existência me mata
Mas sou feliz por isso
Porque te consigo ver...
Desfaleço na tua constituição...
O oxigénio corroí a minha construção,
De células desesperadas,
Por se sentirem amarradas
Ao destino inevitável
Que traças desde que nasço...
Sinto todas as cores vibrantes
Nos meus olhos cessantes,
De toda esta dor
Por não ser nenhuma desta cor...
Sou uma cascata de sentimentos
Que caiem do teu céu esplêndido
Tenho o pensamento oprimido
Pelo cheiro que transmites,
À minha sensação de espontaneidade
Da minha timidez apedrejada
Por quem me quer oprimir...
Um pássaro voa...
Uma canção que entoa
Pela sua garganta insignificante
Mas torna-se sufocante
No respirar poluído
Provocado pelas minhas mãos...
As folhas das árvores descem
Como a minha vida cai,
Sem sentir gravidade na queda
Todas elas escurecem
Ao tocar o teu solo
Mas eu brilho por seres perfeita...
A tua paisagem serena,
Que a minha vida amena
Montes, vales no horizonte
Que são a minha fonte,
De felicidade e inspiração
Todas as plantas e animais
Olham para mim através de cristais
Que distorcem a minha memória
Com a sua imagem ilusória...
Pertenço a todos vocês
Neste viver como passageiro
No autocarro da vida
Estou de passagem, não sou nada
Não te preocupes, és mais forte do que eu
Nunca te irei destruir!
Comentários
Madalena
6ª, 04/07/2014 - 14:42
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Belo poema! Parabéns! Beijos!
Belo poema!
Parabéns!
Beijos!
Joao P. Almeida
6ª, 04/07/2014 - 19:37
Permalink
Muito obrigado ;)
Muito obrigado ;)
Joao P. Almeida
6ª, 04/07/2014 - 19:37
Permalink
Muito obrigado ;)
Muito obrigado ;)