Setembros de Coimbra

Oh, setembro,
como te escapas
e eu ainda me lembro
do encanto de todas as capas.

Oh, tempo,
como passaste a correr.
Eu olho para dentro
e dou por mim a crescer.

Cresço, mas não em tamanho.
Deixo que as experiências me lavem o corpo
e, depois desse banho,
sou outro.

Crescido,
ainda que com alma de criança;
Falecido, amolecido, esquecido!
Uma triste lembrança...

Sou grande, porque lhes assombro o pensamento.
Ah, quem me dera puder desfrutar da condição de vivo.
Sou algo explorado, o ombro do momento;
Um grito calado, impossível de ser ouvido.

Levo comigo todos os doutores,
sem lembrar por primeiro ter de esquecer.
Mantenho na lembrança amores e todas as dores
que tive, Coimbra, por te conhecer.

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Comentários

Amei, perfeito. Parabéns :)

Obrigado Inês , também escreves? :)

Ai! Coimbra da formosura

Das capas e dos amores

Do Mondego e do choupal

Dos encantos e da ternura

Dos livros e dos doutores

Como tu, não há  igual.

 

Adoro Coimbra com todo o pragmatismo que ela transporta! E, gostei do poema.

Parabens, abraço.

 

 

Obrigado, meu bom amigo, quem passa por Coimbra, dificilmente não fica a gostar :)

É o melhor espírito de Portugal!

Obrigado Nereide, ainda bem que gostou. :)
beijinho e continuação :)