Fugiu-se-me a Inspiração...
Fugiu-se-me a inspiração,
Fiquei desacompanhado a meio da estrada.
Que será do papel que guardo em minha mão,
Se não lhe puder escrever nada?
De baixo do negro da minha capa faço por esconder,
Uma alma vazia e cheia de tristeza.
E só um olhar, um sorriso a podia fazer viver,
Aquilo que se perdeu na falta de esperança de uma negra certeza.
Quem sou eu se ninguém sabe quem sou?
Se ninguém chama o meu nome com vontade.
Onde irei se nem sei onde estou?
Se já nem sei o que é sentir o amargo e doce da saudade.
Maldito sejas tu amor,
Que pretendes tu daqueles que atraiçoas?
Às vezes o alivio provoca dor,
Sentir é o maior cancro das pessoas.
Um homem nada vale isolado,
Um poema não é poema sem musas nem donzelas.
Um caminho não é caminho se só segue para um lado,
Janelas fechadas não são janelas.
Dou por mim a dormir e a sonhar,
Por momentos o mundo é diferente.
De manhã a realidade vem para me despertar,
A mesma monotonia de antigamente.
Não sei que é feito da minha inspiração,
Para onde terá ela escapado.
Não sei o que prende tanto o meu lápis e a minha mão,
Será de não ser eu apaixonado.
(23:45 - 07/10/2014)
Comentários
josé João Murti...
4ª, 08/10/2014 - 15:50
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Um regresso inspirado
Que os caminhos se iluminam à passagem do jovem poeta. Porque o poeta não está só, caminha na senda da poesia, ao lado da Musa que o conduz na reflexão.
Um abraço,
João Murty
António Cardoso
4ª, 08/10/2014 - 19:25
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Muito obrigado, amigo João
Muito obrigado, amigo João Murty. Boas palavras.
Um abraço.