A POESIA
És tu, és tu o motivo
Da incessante estafa minha.
Para consolar-te eu vivo,
Miserável das rainhas.
Sou vampiro de teu sangue,
Feitiço de nobre efeito;
Eco que me torna langue...
Oh! Rainha do defeito.
Quando teu lume me chama,
Quando desabrocha o amor,
Maldição que em mim se inflama,
Choro contigo na dor.
Vives na infinda pobreza,
Furtas a luz dos clarões.
De quem roubaste a beleza,
Mausoléu dos corações?
Por ti, só por ti tresnoito,
Nódoa que à morte me leva.
Quero ser-te sempre afoito,
Minha pura ruína – Eva!
Quero beijar tua boca
E teu delírio embeber.
Sem meu talento, qual louca
O que haverias de ser?
Sem teu charme na cegueira,
Como da terra um infante
Perder-me-ia na poeira
Frágil, singelo e distante
Dos prazeres que a indigência
Com fúria se apoderou;
Pobre, sou tua carência
E na vida quem te amou.
Um palácio tens em mim,
Como em ti eu tenho a flor;
Sou quem te rega – jardim –
Embalsamado de ardor.
POEMA ESCRITO EM 21/08/2002
Comentários
Maria Arlete
2ª, 29/04/2013 - 00:38
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Parabéns , Muito lindo ! E
Parabéns , Muito lindo ! E como é dedicado tem vida ...muito belo...