Amor

DEVANEIOS

DEVANEIOS

Anda vem acariciar meu corpo
Nu e despido de preconceito,
Vem ímpia, pura e sedutora
Aquecer meu espírito em meu leito,
Vem perdida nesses teus olhos
De amor que enamoram o luar,
Vem dar-me um beijo quente de sonho
Para meu desejo arrefecer e saciar.
Vem aquecer meu corpo com o teu,
humedecer meus lábios
Secos e sedentos de desejo
Como o sol no seu apogeu
Da lua esperando um beijo.
Anda subir e descer o universo
Cruzando estes caminhos singulares
Do amor mais perverso 
Neste natal de prendas jubilares.
Vem caminhar na neve gélida
Neste frio de lembranças deleitosas
E unir os pés com minhas mãos
Como um embrião inseparável,
Anda vem acariciar meu corpo
Que se derrete como neve em pranto
Nesta paixão delirante e inconsolável
Que trespassa este corpo branco
De febre gélida e imensurável.
Corre em nós a poesia e o pranto
Corre em nós o amor e o desalento
Foge de nós a paixão como o vento,
Sobra de nós um desejo e um canto,
E na cobardia e nos devaneios do momento 
Ficam as prendas os gestos e as palavras
Aquecendo este festivo nascimento.

Jorge Manuel Ramos

 

Dor em poema

Choro um amor desfeito

Nascido docemente do meu peito.

Reviro meu mundo…

E sinto-me lá no fundo.

Meu olhar é molhado,

Meu coração despedaçado.

Meu sonho se desmoronou,

Gritou por ti, teu nome chamou…
Rasgo as recordações,
Apago as ilusões.
Adormeço e acordo na tua lembrança,
Acordo e adormeço na esperança,
Da ausencia de alguém que me traga a cura
Do teu silêncio que tão alto murmura.
Repouso assim nos braços da solidão
Com o amor que se foi …
E deixou tão triste o meu coração !

Zneves

Águas celestiais

Águas celestiais
 
Rima-me imperfeita, 
desnorteada
não deixes nem réstia de uma refractada poesia
morrer em frente ao mar
desinspira-me, 
ressurge se possível renascida em nós ,
aparta-me as lágrimas neste temporal
que a vida lava e recolhe 
nos mananciais de águas celestiais
entre todas as coisas nunca ditas
e amanhã talvez te revele
como viver em tudo que se sente,
no tanto que minha alma 

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