Hoje deu vontade de chorar
Autor: DiCello Poeta on Thursday, 5 July 2018Deu vontade de gritar
simplesmente as lágrimas inundaram
afloraram dos meus olhos
Deu vontade de gritar
simplesmente as lágrimas inundaram
afloraram dos meus olhos
Teu nome
Vi, em letras douradas,
teu nome gravado numa nuvem de esperança.
Vento, em fortes rajadas,
impeliu-o para as sombras das minhas lembranças.
Tentei aferrolhá-lo
nas masmorras dum mundo só meu.
Oh, céus! Tentei palpá-lo…
num relâmpago se esvaneceu.
A luz desvanece lentamente sobre os campos do meu Mondego, o Sol diz-me adeus sem que eu acredite no dia de amanhã.
Eu que em menino acreditei em florestas encantadas e em cavalos voadores… não acredito em mais nada, não sei mais de mim.
Resta-me imaginar coisas que já esqueci e escrever em cima de horas suspensas pela luz do entardecer.
Falo de saudades que se desvanecem como se desvanece a luz que percorre os campos de arroz até se apagar por completo no mar da Figueira.
Minuto, após instante,
o depois, o agora, o antes,
perdem-se na insignificância de um sentir,
o ficar, o ir, o partir, dormência ausência,
sonho fusão, onde tudo se perde e acha,
numa ilusão.
Num voo perdido, o rasgo das asas,
temor em escuridão, onde o dia se acorrenta,
em cego grilhão.
Coração que bate, em cristais de gelo,
pautando o desnudo, dum eterno selo.
Renasço para morrer,
e suavemente pauto o silêncio,
num vislumbre de um novo ser.
Noz que quebra, que respira,
que pressente a semente,
Procuro no passado,
a dor da tua presença,
do doce amargo, de um desejo,
desejado e agora acabado.
Promessa, maldição,
foram as tuas palavras,
no meu coração,
foi amor, entrega, um sim na eternidade,
que quebrou,
na saudade.
Em ti me perdi,
em ti, fiz abismo sem fundo,
onde apenas um destino,
era uno.
Enlaço os lábios,
mas não faço sorrir
toldo um viver, num embuste de um sentir,
sou um desconhecido,
num sonho perdido;
lágrimas secas, amor dormente,
Solto-me e um silencio quebra,
num arrepio de solidão,
que embate e perfura o coração.
São tantas as linhas quebradas, apagadas,
que já não conheço leme,
para reescrever, o sentido certo,
dum mapa há muito perdido.
Risco, deixo o rascunho,
reescrevo, e nada se cria,
apenas uma empatia, ligeira e superficial,
de que o amanhã será real.
Pouco a pouco, caio, num cair de não mais subir,
numa inconsciência, de sonhar presença,
e esvoaço, tomo o enlaço. toma a bandeira,
Desdeclaração de amor
Eu sempre tive tudo o que você procurava
O corpo que você procurava
O senso de humor que te fazia chorar de rir
A dedicação e prontidão pra te ver
E o carinho pra estar com você em todos os momentos
Eu poderia ser essa pessoa, mas por ser eu, eu não pude
Eu estraguei tudo por ser eu
Mesmo sendo tudo isso, ainda seria eu
O simples fato de ser eu anulou todas as outras coisas
E tudo isso me fez pensar que talvez eu não fosse realmente essa pessoa