Dedico minhas dores a ti
Autor: DiCello Poeta on Wednesday, 5 April 2017Esta noite eu chorei
Esta noite eu chorei
Vida,
Ponto de partida dos pensamentos mais vãos,
Ergue-te perante mim e Defende-te!
Eis-me aqui tua escrava ostracizada,
Outrora fiel,
Outrora adorada,
Que agora te virou costas,
Que agora cospe em cima das tuas lamúrias.
Ai, essas injúrias,
Façam-na parar!
De ti não aguento nem mais um suspiro,
Pois o ar que respiro teima em não se prolongar.
Desprezo-te a cada dia que passa,
E já é tão grande a minha desgraça que nem sei mais se um dia me vou encontrar.
Tanta falta
Aquela que sinto
A alma, o corpo
Um vazio... frio
Caminho envolto numa miragem, os cães ladram à minha passagem,
caminho cheio de fé, coragem, eu não sou eu, apenas miragem...
Sou sombra, vulto, silhueta, sou a minha própria meta,
a minha sina é triste, incerta, olhos vidrados numa ampulheta...
Eu sou o fim, sou o futuro, um sonho estranho onde há um muro,
a semente do fruto maduro, a paz é o que eu procuro...
Um ponto final,
Ou uma vírgula?
Diário hábitual,
Numa vida tão rídicula.
Mais que o tempo,
A razão de não querer.
Perder um momento,
Pelo medo de o ter.
Vejo um sábio iluminado,
Enquanto vivo na escuridão,
Peço-lhe emprestado,
Mas o sábio diz que não.
Diz que o sucesso,
É a sorte dos audazes.
Mas é no meu regresso,
Que me despeço, e faço as pazes.
Fecho os olhos, choro,
Inspiro finalmente.
Expiro, melhoro,