Desilusão

Vida

Vida,

Ponto de partida dos pensamentos mais vãos,

Ergue-te perante mim e Defende-te!

Eis-me aqui tua escrava ostracizada,

Outrora fiel,

Outrora adorada,

Que agora te virou costas,

Que agora cospe em cima das tuas lamúrias.

Ai, essas injúrias,

Façam-na parar!

De ti não aguento nem mais um suspiro,

Pois o ar que respiro teima em não se prolongar.

Desprezo-te a cada dia que passa,

E já é tão grande a minha desgraça que nem sei mais se um dia me vou encontrar.

Miragem

Caminho envolto numa miragem, os cães ladram à minha passagem,

caminho cheio de fé, coragem, eu não sou eu, apenas miragem...

 

Sou sombra, vulto, silhueta, sou a minha própria meta,

a minha sina é triste, incerta, olhos vidrados numa ampulheta...

 

Eu sou o fim, sou o futuro, um sonho estranho onde há um muro,

a semente do fruto maduro, a paz é o que eu procuro...

 

Não voltar

 Um ponto final,

Ou uma vírgula?

Diário hábitual,

Numa vida tão rídicula.

 

Mais que o tempo, 

A razão de não querer.

Perder um momento,

Pelo medo de o ter.

 

Vejo um sábio iluminado,

Enquanto vivo na escuridão,

Peço-lhe emprestado,

Mas o sábio diz que não.

 

Diz que o sucesso,

É a sorte dos audazes.

Mas é no meu regresso,

Que me despeço, e faço as pazes.

 

Fecho os olhos, choro,

Inspiro finalmente.

Expiro, melhoro,

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