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O ROSTO DO ESPELHO

olhei-me ao espelho
estavam lá todas as minhas rugas
cicatrizes filhas do tempo
que já se passou
e que não me permitem fugas
do tempo que comigo morou
e no meu rosto desenhou
cada linha a seu gosto
uma recta marcando um desgosto
uma curva sinal de uma risada
pigmentos que conhecem em mim
a sua última morada

À IGREJA DA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, EM CAMPINAS

Salvo meus passos silentes
Pilhando ao léu suas escadas
Em busca dos penitentes
Tão frementes,
Tão frementes junto ao nada.

O nada eu via defronte
Aquele pórtico belo,
Mas surgia em minha fronte
Uma ponte
Uma ponte de desvelo.

E, sobre a fé eu andava,
Adentrando o alvor latente,
Meu silêncio qual aldrava,
lá chamava
lá chamava o onipotente.

Eu ressurgia do fosso
Ajoelhado no altar,
Prostrando ao chão meu pescoço
De remorso,
De remorso a murmurar.

Deuses

deuses brincam
envoltos em linho branco
 
o carrocel gira vertiginosamente
no eterno mundo humano
 
e gira
até ao zero
ao infinito
 
o omnipresente observa
 
então os deuses,
na sua sabedoria intemporal
limitam-nos
nas nossas acções . palavras . pensamentos . emoções
 
e continuam a brincar
rindo desesperadamente

Nem te conto

Nem te conto

 

Mas eu tenho uma novidade pra contar bombástica, aposto que muita gente vai ficar de queixo caído. Depois dessa muita coisa vai mudar, quem viver verá. Afinal não é todo dia que aparece uma novidade dessas, e sendo uma novidade tão boa assim dá vontade de espalhar pro mundo todo. Quando vocês souberem verão que eu tenho razão, mas por hora, nem te conto.

 

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