Geral

Sem Título 54

Após chutar a dita estética frágil
descreio na cega literatura violentíssima
para mim inexistente
– destrutiva, desfigurada, falecida, mas precisa!
Nem tampouco me comovem as contradições
d’arte emaranhada em muitos contornos decalcados
– um recalcamento absurdo, improdutivo, um salto num
vazio absorto…
renego-me profundamente… renego-me, renego-me!
aller à Rimbaud… … …

Sem Título 50

Toco na harmonia do suspenso caminho
sei-me lamento pasmo rolado
em erupção paralisante.
 
Um passageiro muito só
que cai, desequilibra-se
no esquecimento indiferente.
 
É terrível não dar mesmo
encontro de mim.
 
Perco-me num denso escuro sombrio
onde as visões
que sublinho fatigado,
picam a esquecível memória
donde parto.
 

Sem Título 48

houve uma ensinada tarde
em que a luz se esticava dentro de mim
 
agitava-se cruelmente longamente
e eu expandia sem parar
 
quando subi demasiado humano
por entre avenidas de escadas povoadas
vizualizava esquecidos sábios
quem seriam? quem serão? existirão?
depois da meditação sentado na última abóbada do planeta
descobri a diferença entre a palavra origem e proveniência
 
essas asas d’ouros em tudo bizarras

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