Geral

Sem Título 37

Visto-me na colónia do medo
porque já nada sei ser senão medo desmembrado
com a sensação presa de me aprofundar
num remoinho golpeante
p’los vidros em derramamentos que me tocam
até aluar escarpas em lágrimas mil...
Quando será que vou poder tactear
a infância para descalço brincar?
Tenho tantos medos
quanto medos!...
 

Sem Título 36

Impôs-se escorregadia
lava da vertigem resvalando
todo meu ser em amenas
folhagens matutinas que seriam
hasteadas p’lo pico
da tua porta púrpura.
Fundi-me
sonora água encurvada.
Somenos
soldar bolsas de feixe
irrompesse tuas ânsias
em formas febris,
eu rodaria as quentíssimas tardes,
voaria num frutado cachecol aquém,
esticaria delicadamente
um cordel de brasas às extremidades

Sem Título 33

quis Prudência. 
dum álamo prescrevi lamacentas aberrações! 
tive Prudência. 
bailei misericórdias de defuntos, fragmentei ânimos definitivamente! 
senti Prudência. 
as promessas emboscadas nos eclécticos cortejos boiam indefinidas pelas remessas.
oh, palpitações e retóricas combinações! rumores empertigados no agreste solstício e paisagístico.
pego agora num pequeníssimo revólver detono espadachins de lembranças.
virei Prudência!

Sem Título 32

Sou o que deveria ser e a mais não serei! Ser não serei, veria o que deveria mais ser o que serei mais ser sou, 
não tendo forças p’ra ser Sou o que a mais sou! Deverei? 
Transijo emendas ao contornar tua romã boca pressentindo o húmus dos melancólicos boulevards... 
adeus vestígios: a petulância!
Esperarei? Transijo ninhadas de primogénitos...adeus vestígios: a petulância!

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