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POEMA É A LUZ QUE BRILHA LÁ NO CÉU...

Lá vai o poeta com sua coroa de louro, 
Sopa de letrinhas, salada de palavras
E seus moinhos de vento para mover o dom, 
Seduzir pedras, catedrais, corações e mentes!
Escrever é preciso para eu viver e navegar!
Escrevo sem ver o tempo passar e ver até onde vai dar essa paixão sem limites!
Escrevo até uma folha acabar, sem dessa 'folha precisar'...
Escrevo só com o pensar! 
Penso... e concluo que não existo sem versar!

Progênito

Criador das circunstâncias
Estarei aqui quando partir.
Para criar novas mazelas,
Gozarão da vida e sumir.
É uma pena que seja assim,
Eu te amo, mas a morte, não.
Criar é matar, existir implica sorrir,
Porém, o brilho do afago apaga.
A quem escrevo está presente
Permanente na torrente:
Na cachoeira é existente.
A pedra no caminho é o acaso
E o estrondo no solo: o tempo
A nadar no naufrágio da morte.

O fogo que arde sem se ter

Ardendo sem se ver,
O fogo então apagado,
Putrefação não vai ter,
Nem será queimado.
O caixão é invisível,
O defunto, é o pó,
Voando e destemível,
Sozinho, sozinho, só.
Eterno éter a vagar
Numa noite fúnebre.
Fantasma a malograr
O terreno insalubre.
Se o amor é fogo
E arde sem se ver,
Morre lá no lodo
Chafurda sem se ter.

 

SEIS INDAGAÇÕES

 

 

 

1.

para que instaurar

atos forjados

entre paredes mortas?

2.

para que postergar

urgências preditas

do éden secular?

3.

para que apagar

miragens provisórias

com blindadas auroras?

4.

para que expurgar

soluções evidentes

se seu viço é de glória?

5.

para que vergar

a pane das rochas

sobre a ruína do pó?

6.

para que refratar

o punho erguido

se seu gemido é de cólera?

 

 

 

 

Bala perdida

As balas, no fim, berrarão.
Vociferará o vinho do corpo,
E o asfalto cansado, apreciará.
No fim, o ferro mais resistente
Perfurará o ferro de dentro:
O essencial vermelho sangue
A nadar nas delícias da morte.
Os apitos irritantes chegam,
Dado o presságio do corpo:
Uma festa; levam o cadáver
Para um local melhor.
Sem dor, medo ou injustiça.
O brinquedo do homem
Dispara ódio e preconceito.
Até quando? Até quando

JULIANA

Julianas, Julianas e Julianas...! 
O mundo é das Julianas! 
Juliana Paes, Knust, Silveira, Morrone, Alves, 
Didone e tantas mais! 
Também tem uma Juliana na minha rua
E procurando, com certeza você encontrará 
Uma outra na sua! 
O mundo é feito de Julianas...! 
Pra todos os gostos, de todo jeito, em todo canto 
E de tantos encantos! 
Juliana, um dos nomes que mais ouço, mais desejo ouvir 
E o com o qual talvez batize uma filha!

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