À tua porta há um pinheiro manso
Autor: Florbela Espanca on Tuesday, 20 November 2012À tua porta há um pinheiro manso
	De cabeça pendida, a meditar,
	Amor! Sou eu, talvez, a contemplar
	Os doces sete palmos do descanso.
	Sou eu que para ti atiro e lanço,
	Como um grito, meus ramos pelo ar,
	Sou eu que estendo os braços a chamar
	Meu sonho que se esvai e não alcanço.
	Eu que do sol filtro os ruivos brilhos
	Sobre as louras cabeças dos teus filhos
	Quando o meio-dia tomba sobre a serra...