Geral

Lágrimas

Lágrimas demais nas correntezas
em oceano nada fácil de navegar!
águas refrescantes em ilhas remotas
solidão chegou primeiro, banhou mais um marinheiro
sem experiência na embarcação
que não encontrou sua ilha, sua mina de esperança ao sol

Mas eis que chega toda provisão
existe um ombro amigo , um bote
uma notável salvação ?
que meu ouvido alcance o canto ameno da sereia-amor !

Jornal

Deixa eu consultar o jornal da saudade
ter notícias da minha infância particular
sangria desatada, louca
versando verdades no porão
o cansaço me torna farrapo humano
um vegetal no mundo cão

Mas não quero encerrar o ciclo
de amor em nenhuma direção
porque o frio do dinheiro
é mais poderoso que um abraço?
porque está a revelia a dor no coração?

Qualquer mão é ação necessária
na didática que eu preciso entender
mas a prática sensata e básica
é a que busco em meu peito ceder

Olhos de cordeiro

Meu mundo não escolheu ser apenas rosas !
Mas fiz um ramalhete do meu particular
Dá pra sentir as carícias dos perfumes
Tem mar azulzinho para observar

Eu quero o branco nesta guerrilha
arrumar as gavetas reviradas
entre fardas enfurecidas
algumas com sangue escurecido
farpas e sangria
em des construções e escombros
que os filhos saiam ilesos nos ombros de anjos queridos

Perceptivas

E mais um ano a maratonar
talvez o derradeiro desespero
a linha da resiliência ultrapassar
e mude a foto por favor
de posições anteriores

Sherlock
senhor detetive
investiga o que tem no olho
do furacão!
e se foi um veneno especial
que sucumbiu meu amor
me leve até o final desta má prosa , elucide
o que mantém vivida a dor
dentro de mim

Otimismo

A anti tristeza deduz:
o amor é como um cofre anti atômico
pois é desde os teus lábios que seduz
torna todo cotidiano alegre
achar a moeda de ouro desaparecida, que muito reluz
e ser coroado
pelos anos de procura
mais ainda pelo trabalho feliz e de espera
face as oportunidades e o pit stop
das desavenças passageiras sem luz

RECEIO

 

 

 

há dias que espero dizer

que não esmoreci-me ainda

entregue à inanição

 

há dias que espero uma ocasião para dizer

que a noite é uma estranha companheira

que deixa marcas e vestígios sem causa

 

há dias em que preciso

contar carneirinhos para dormir

-receoso da madrugada

 

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