Meditação
Nuvens
Autor: Rodrigo Dias on Tuesday, 9 July 2019Hoje eu vi um céu diferente:
Um manto cinza rasgado de nuvens
Que descortinava outras
Pálidas, pequenas…
Entremeadas de azul…
Pequenas alegrias e pequenas tristezas
Costurando-se, formando a tez da vida,
Aturdida pelo sol da consciência.
Carrega tudo, rasga o manto
O vento da vontade;
Vontade…
De ser livre e fazer nada;
De ficar parado vendo o céu,
Escrever e voltar para a cama.
Olha!
As nuvenzinhas, agora, costuram-se entre si
Os Passarinhos
Autor: Rodrigo Dias on Tuesday, 9 July 2019Eu acordo preguiçoso
E os passarinhos estão cantando na árvore do vizinho.
Eu levanto sem vontade
E os passarinhos estão cantando na árvore do vizinho.
Meu dia corre violentamente
Entre coisas a fazer,
Desejos a conquistar,
Metas a cumprir…
Pensamento, ação, suor!
E, a zombar de mim;
A zombar de minha pressa;
Sempre que eu paro um instante
Ouço a algazarra
Dos passarinhos cantando na árvore do vizinho.
Rodrigo Dias
Tradescantia
Autor: Rodrigo Dias on Monday, 8 July 2019Ninguém há de me roubar a graça!
O riso que provoco,
Discreto, involuntário, desapercebido;
Minha insólita existência de pura simplicidade.
Cresço selvagem,
Desafio a ordem,
Esgueiro-me nos espaços
E imponho minha vontade!
Que os ventos me quebrem!
- Sim, sou frágil…
Torno a existir, não me importo.
Me apego à raiz e floresço assim mesmo.
E, se não a tiver,
Invento, não me incomodo!
Zombo do que deveria ser tristeza;
Não me atenho a pequenezas…
os ramais da temperança
Autor: António Tê Santos on Saturday, 6 July 2019a inocência residiu no centro dos meus desenganos incitando os clamores da vanglória ao percutir as danças que o rigor sentenciou num leito alongado pelo meu entendimento.
os ramais da temperança
Autor: António Tê Santos on Monday, 1 July 2019o poeta enfrenta os obstáculos gerais com uma mística imberbe: uma denodada miragem cadencia o seu ritmo; uma transfiguração do seu destino intensifica-lhe a perspicuidade.
os ramais da temperança
Autor: António Tê Santos on Sunday, 30 June 2019transporto as minhas equimoses até às reentrâncias do desespero introduzindo nas suas provisões a saliva que transforma os temporais em poesia através dum apurado raciocínio.
os ramais da temperança
Autor: António Tê Santos on Friday, 28 June 2019o meu fulgor transgride os códigos do meu passado augurando tremendas conquistas quando as paisagens agrestes são abrangidas por uma ventania preciosa que emaranha as minhas cantigas numa gesta requintada.