cataratas de luar
Autor: António Tê Santos on Tuesday, 6 November 2018detenho a sageza dos inúteis quando assopro a esperança de encontro à estrutura material; mas quando coloco a armadura da poesia trespasso os obstáculos do meu trajeto invulgar.
detenho a sageza dos inúteis quando assopro a esperança de encontro à estrutura material; mas quando coloco a armadura da poesia trespasso os obstáculos do meu trajeto invulgar.
O silêncio é poesia,
A solidão cada palavra.
A inocência de cada rima,
Uma mão cheia de nada.
Escrever é suspirar,
É soprar no vento.
Mais que ver, é olhar,
É chorar escrevendo.
https://photos.google.com/photo/AF1QipOb-GPcD0CW7FoSeUHRxQrckERK4Iiy2e5oo20
oracão da Maria Carmo as declama com muito carinho e muita fé a Deus e Nossa Senhora
Eu leio muito, sobre muita coisa.
Ainda assim acho que não sei nada.
É nesse achar que eu descubro tudo.
No entanto, tão pouco.
O que é uma pessoa?
E quantas somos numa vida?
Quantas seremos depois ainda?
Sou tudo aquilo que deixei para trás.
Esvaziei os bolsos, demasiado pesados para seguir em frente.
Nesse caminho traiçoeiro, o caminho que as estrelas pintaram para mim.
No teu sorriso, e no teu olhar.
Quantas pessoas foste hoje?
Quantas pessoas te conhecem inteiramente?
Quantas te conhecem pelo dobro, quantas por metade?
O que é uma pessoa?
O que somos na verdade?
sou um bonifrate que elucida as suas vergastadas com os fundamentos das cogitações, sou um insubmisso regateiro que ultrapassa as missivas dolorosas quando arrevesa os seus suplícios, sou um disforme redentor que celebriza os seus folguedos quando os hospeda nos sulcos da bestialidade.
rejeito a imagem do poeta cinzento que enfrenta a sua memória escabrosa com os temperos da consciência; que suporta a sua condição de perdedor quando abdica de reconquistar a sublimidade perdida; que fomenta o declínio da sua impreterível missão.