cataratas de luar
Autor: António Tê Santos on Saturday, 23 March 2019as palavras fletem para um solfejar onde os meus discursos cadenciam reflexões que deslumbram pela sua configuração algébrica tonificando as minhas esperanças entorpecidas.
as palavras fletem para um solfejar onde os meus discursos cadenciam reflexões que deslumbram pela sua configuração algébrica tonificando as minhas esperanças entorpecidas.
erijo as veredas da minha lucidez com os vocábulos íntimos que vou consolidando: são ditosos retratos que esconjuram os arrojos da melancolia; são paraísos luzentes fabricados pelo tear ríspido do meu existir.
há roteiros penetrantes que me catapultam para um benfazejo existir sempre que os meus sentimentos são fecundados pela maturidade enfraquecendo as desarmonias dum olhar antiquado.
requeiro narrativas que adulterem esta realidade enfadonha constrangendo a tristeza e avivando a fantasia nos meandros dum alvoroço que exprima as deliberações paroxísticas da minha inconsciência.
assinalo os pensamentos deslumbrados que se aperaltavam nas abas da loucura e a glorificação das emoções falidas que serpeavam pelas missões de outrora onde eu usava florir como uma rosa supérflua e tristonha.
a labuta diária tem dísticos de polidez que ressoam onde os cordatos se movimentam para não deglutirem uma sopa imunda; que anunciam colóquios transferidos dos lugares da agonia; que parodiam as disputas que sobram das efusões melancólicas.
A mais confusa dor,
Verdadeira irónica melancolia.
Aquilo que o coração tem,
A alma não queria.
Consciência do fim,
Inconsciente amor profundo.
Fazer não apenas por mim,
Por mim, e pelo Mundo.
a minha poesia recresce de intensidade quando ascende as modorrentas faldas duma cordilheira abrigando desejos que exigem deliberar sobre matérias suspensas no lugar dos homens.