Oração para o frei Galvão
Autor: Maria Carmo on Tuesday, 16 October 2018https://photos.google.com/photo/AF1QipOb-GPcD0CW7FoSeUHRxQrckERK4Iiy2e5oo20
oracão da Maria Carmo as declama com muito carinho e muita fé a Deus e Nossa Senhora
https://photos.google.com/photo/AF1QipOb-GPcD0CW7FoSeUHRxQrckERK4Iiy2e5oo20
oracão da Maria Carmo as declama com muito carinho e muita fé a Deus e Nossa Senhora
Eu leio muito, sobre muita coisa.
Ainda assim acho que não sei nada.
É nesse achar que eu descubro tudo.
No entanto, tão pouco.
O que é uma pessoa?
E quantas somos numa vida?
Quantas seremos depois ainda?
Sou tudo aquilo que deixei para trás.
Esvaziei os bolsos, demasiado pesados para seguir em frente.
Nesse caminho traiçoeiro, o caminho que as estrelas pintaram para mim.
No teu sorriso, e no teu olhar.
Quantas pessoas foste hoje?
Quantas pessoas te conhecem inteiramente?
Quantas te conhecem pelo dobro, quantas por metade?
O que é uma pessoa?
O que somos na verdade?
sou um bonifrate que elucida as suas vergastadas com os fundamentos das cogitações, sou um insubmisso regateiro que ultrapassa as missivas dolorosas quando arrevesa os seus suplícios, sou um disforme redentor que celebriza os seus folguedos quando os hospeda nos sulcos da bestialidade.
rejeito a imagem do poeta cinzento que enfrenta a sua memória escabrosa com os temperos da consciência; que suporta a sua condição de perdedor quando abdica de reconquistar a sublimidade perdida; que fomenta o declínio da sua impreterível missão.
as palavras fremem quando a sua renovação se faz pelo lugar da imprudência: quando a agudeza as estimula a tornear o isolamento; quando a timidez as não compele a omitir as suas digressões.
uma triunfal ideia expande-se pelos socalcos da liberdade sondando as pulsões da misantropia: é uma criteriosa ideia que traumatiza quem arenga mensagens fraternais; é um espasmo que alucina quando emerge da solidão.
as minhas lembranças são transudadas para a poesia através de vocábulos que renovam o meu agrado em batalhar com a espada que transforma a sapiência em realces duma inócua ambição.