o cais sereno
Autor: António Tê Santos on Friday, 1 December 2017o poema sobraça os vocábulos que poisam no côncavo dos desenganos gizando bosquejos que os impulsionam para outros destinos quando a superfluidade é gravada no fulcro das afeições.
o poema sobraça os vocábulos que poisam no côncavo dos desenganos gizando bosquejos que os impulsionam para outros destinos quando a superfluidade é gravada no fulcro das afeições.
eu prossigo no descampado da consciência misturando saliva à fundura do ressurgimento através de vocábulos resultantes dum torcer de alma que enobrece a cavada solidão.
Senhor se eu chorar nessa madrugada fria
Por favor, venha me fazer companhia.
Com o seu manto venha me aquecer
Um novo amanha em breve vai chegar
Sua presença comigo eu quero sentir
Quando um novo dia surgir
Senhor se acaso amanha eu chorar
Não deixe que eu pare de lutar
Me de forças para que eu derrube
A minha frente as muralha
Senhor me livre do inimigo
Senhor esteja sempre comigo.
Como teve com os três homens na fornalha
Senhor não deixe que eu me sinta sozinho
o cais funda-se na amenidade que deriva dos seus efeitos singulares: as palestras são condensadas numa terminologia afetiva; as inclementes marés são convertidas em graciosas procissões.
as minhas danças ultrapassaram as resolutas miragens para aterrarem sobre os desejos: elas estimulavam-me através das vigorosas interpretações que catapultavam os meus impulsos para um luxuriante cadafalso.
colho os trâmites duma vagarosa sabedoria que me projeta contra as desenfreadas peripécias; agito-me contra os traumatismos que me esbraseiam buscando uma vocação que divulgue os abundantes devaneios.