rumores essenciais
Autor: António Tê Santos on Tuesday, 15 August 2017os vocábulos que repercuto fluem duma terminologia airosa que se dilata pelos ramais da brandura quando a avaliação das emoções se faz por uma sintetizada garganta.
os vocábulos que repercuto fluem duma terminologia airosa que se dilata pelos ramais da brandura quando a avaliação das emoções se faz por uma sintetizada garganta.
TEMPO QUE SE PERDEU...
Agora, não sei que tempo é, sei que não é o meu.
Saudades tenho de um tempo que ainda não chegou.
Sei que se aproxima um tempo, que ainda não é o meu.
Mas já é tarde porque não mais estou.
Estive em todos os tempos, não me vi em nenhum.
Isto sei que foi normal, estava ausente de mim.
Quem sabe o meu tempo já passou e não me viu.
Como poderia eu reconhecê-lo sem almenos o saber?
Nunca o vi antes dentro ou fora.
Queria bater os dedos e chamar o meu tempo.
Gostaria que ele ouvisse e viesse, sem medo.
mitigo a solidão nos destroços duma vida coibida; nos rios transbordantes que noticio em poesia; nas inspirações que empanturram a agudeza.
Foi ontém que me conheci:
virei o rumo da história
como quem escreve coisas de herois
salvadores e mártires.
Soltei o ego
deste corpo meio cheio
e alma vazia.
entoo cantigas ácidas ludibriando o vigor dos sermões; mas reitero também os ditados antigos inserindo nas alamedas do bem-estar uma textura que celebra os arroubos sancionados.
catapulto-me para o lugar onde a promiscuidade se ergueu absorvendo as transações da minha alma ou destampando as garraiadas que adornaram os meus discursos.
deslizei pela matriz dos revezes lançando as minhas ideias num sorvedouro de imprecisões desde o lugar aplainado que a ousadia motivou junto à cerca do desespero.