Meditação

quando o homem tem a dose de sensaboria que prende a liberdade a questões fúteis; quando conspurca a ambiência com mexericos ardilosos; quando tem a firmeza de encaixar na vida relatos insinceros... então evolui nela como um autómato estruturado.

destapo o roteiro dos abusos, abro os cortinados existenciais com

a força obstinada dum energúmeno que sabe apreciar o lado ínvio 

das paisagens; infiltro-me nos aquedutos da comunicação para

que o mundo se emocione com as minhas evidências, reconto os

desenganos sequentes aos sorrisos prestimosos e sinceros, desfaço

os nós anquilosantes com uma lógica arrevesada no entrosamento 

das ideias com os factos experimentais; concebo uma evolução sem

as farpelas roídas dos arlequins nem os prejuízos dos usurários ou

as papoilas emergem quando a agonia ultrapassa o normal desempenho e a fulgurância tomba num sequestro atroz; quando as portadas mundanas são abertas a ficções mórbidas ou o ressentimento é infindo porque as existências são elevadas a cocurutos traiçoeiros.

o sonho lancinante dispara sobre a pasmaceira quando eu escrevo uma sonata literária: canhestra na sua forma primitiva, mas recrescendo de singularidade quando as notas me ajudam a forjar a terminologia.