Meditação

Quando breve é a vida

Comecei a rima mais breve de sempre,

Sem nada para dizer.

Apercebi-me por dentro,

Do que na verdade estava a escrever.

 

Propositada não seria a sua brevidade,

Porém no acaso envolvida.

No entanto tudo é limitado,

Quando breve é a vida.

 

Até mesmo a estrela mais brilhante,

Vê a sua luz diminuída.

Tudo é breve portanto,

Quando breve é a vida.

Amanhã és poema

Desaparece de mim,

Ainda sinto a tua presença.

Ainda não vejo fim,

Não é completa transparência.

 

Terás que ser invisível,

Afastada da alma.

Terás que ser impossível,

Terás que ser ignorada.

 

Perguntei-me ontem,

Se hoje valias a pena.

Não quero que me contem,

Que amanhã és poema.

SORRI E AMA

Olha levanta a merda do teu rosto
Sorri pelo menos uma vez na vida.
Limpa a merda das tuas lágrimas
Todos temos dores que nos engolem o coração
Olha para tudo que te rodeia e ama
Todos nós temos histórias de vida para contar
Sorri e ama neste caminho de pedras, fragas e silvas

 

Eu e os meus poemas.

Eu, e os meus poemas,

Partilhamos uma ironia.

A vontade de ser felizes,

Na tristeza que nos unia.

 

Gostava de ser feliz,

Mas não sei o que fazer.

A minha felicidade é uma raíz,

Que um dia vai crescer

 

Encaixa que nem uma luva,

Esta ideia que eu passo.

Que depois muita chuva,

O sol não brilhasse.

 

Eu criança

É sempre a mesma coisa, tudo tão igual, dia após dia.

Nesta transição de dia para a noite, felicidade para tristeza, constante rotação de efémeridades repetitivas, prolongo-me na sua monotonia relativamente fléxivel.

Provavelmente nunca serei aquilo que para mim tanto mereces.

Alguém que te leve a almoçar a Veneza, e a jantar em Paris.

Que te faça sentir mulher perante a plateia que incansávelmente tentamos impressionar.

As tuas necessidades saciadas com uma voracidade que não permite insatisfação, ou qualquer tipo de frustração.

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