Meditação

Um mundo gigante

 
 
 
O sol entre os telhados,
as andorinhas nos ninhos dos beirados...
 
-O vento tem coração?- eu perguntava.
-Tem-dizias- assim como os teus olhos têm borboletas a brincar.
 
A chuva quente de verão
em pingos grossos que desbotavam o chão,
que provocavam um cheiro morno no feno

Meu chão

Meu chão
 
Procuro meu chão na poesia
raízes ditas da civilização
tomaram conta do meu lugar
 
quero a inteligência das pedras
que me viram crescer
das plantas que cuidei
das amizades que reguei
 
ofuscaram minhas vistas
com novos muros de construção
casas vejo que não via
 
onde estão caminhos que percorri 
 
vejo-os nos novos

Hoje

Parar o agito da erva

açoitada pelo vento da cidade,

acalmar vagas

arrastadas pelo vento do oceano,

mover pernas

desordenadas pelo desencanto,

esbracejar ramos de floresta

apontados para o horizonte,

morder ossos abandonados por

desinteressantes.

 

Comer  a fome do amor

no fastio das jornadas,

beber a sede que refresca

nos oásis dos tempos

percorridos juntos

em abraços de oceano,

largo, de milhares de léguas,

encantamento de novos mundos,

O Rosto Das Mil Poesias!

Lá ia o rosto das mil poesias
 
Pés descalços sob a areia da praia
De ondas vazias...
O seu pensar estava fixo nos planos.
Andando consigo, um vento enturvado
A onda vazia
Era longe da cidade
E do agitamento coletivo da agonia...
 
Sentia gelar cada passo em que se abastecia!
Os dava enquanto fumava o seu cigarro verde
Descampado...
Ali, fazia e acontecia! 
Tanto! que nem ao menos notava

Entendeu? (Eu É Que Não Vou Te Explicar!)

Politicamente correto?
É de rir ou de chorar?!...
Peço licença poética.
Sou de mudar à cada metro
Sou de variar por cada métrica
Faço verso no décimo andar.
 
Torto num erro reto
Carimbei meu polegar!
Peço licença poética. 
Sou de valorizar cada feto (afeto)
Da mulher cruel e cética
E da noiva do décimo altar.
 
Melhor, 
Não vou mudar nada de lugar.

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