Há sinais de vida ao redor.
Estou calmo e quieto em minha casa,
como um móvel sóbrio.
Às vezes me enfado com o clima,
outras vezes com os dilemas da vida.
Faço do hoje o amanhã -que antecipo-
para não protelar-me inutilmente.
Resvalo em problemas como todo mortal,
mas submeto-me ao destino, que conforma
meus passos.
Sempre dou um jeito de me virar, para que
prevaleça em meus planos, apenas o que
me faça bem.
valorizo as minhas querelas dando-lhes um lugar relevante junto das virtudes que apurei; golpeio a farsa mundana através dos meus vocábulos enérgicos; controlo as minhas emoções através duma intrínseca harmonia.
instalo-me no estendal da harmonia com a arte de quem fotografa o seu juízo vigente; o séquito dançante das suas aptidões; o testemunho dos seus esclarecidos ideais; a nomenclatura jubilosa que o faz acreditar na sua sensibilidade.
combato a náusea de viver através duma poesia que repreende a gente esfarrapada que me torneia; que suprime as duras contendas onde me escoriei; que ludibria as monótonas atuações humanas.
a minha verve narra os espantosos horizontes que colori e onde se vislumbram penhascos abruptos; os jardins etéreos que projetei do fulcro da minha imaginação; as minhas jornadas em torno das vãs promessas humanas.
hoje falo das práticas marginais daqueles que alcançam o desespero de morrer em vida; das transviadas sensações que os conduzem a uma pobreza espiritual; dos sórdidos apetites que os malquistam com as suas capacidades.
No principio, meio e fim,
seja o querer, na verdade, do ser.
Viagem refletindo, mudando o mudar,
sinto a alma, o espírito a mudar!
Fadas, paisagens, anjos, amparo.
Tudo seja para ensinar,
a verdade do divino evoluir!
Lei causa efeito,
o nosso eterno governar.
Destinos de Deus,
espiritual superior.
Que chegue na forma de luz,
simplicidade de amor.
Flor, estrela, peregrino compreender.
O que Deus designa, nenhum humano pode contrariar.
O que é divino é imutável,
guardei as lágrimas num baú juntamente com as angústias que as municiaram; juntamente com as frustrantes investidas contra a muralha das adversidades; juntamente com as gélidas desafeições.
as humilhações geradas pelos nossos comportamentos fazem-me acreditar que o ouro que a humanidade produz é falso; que os seus exageros denegam a liberdade quando são praticados pelas marionetas usuais; quando a servidão patrocina a sua deplorável existência.
a lucidez liberta os versos que ardem nas nossas mãos; esculpe no nosso peito os sobressaltos do nosso crescimento; efetua as nossas abluções nas masmorras onde a sociedade nos instalou.