Meditação

Sabem

Sabem porventura
Dizer que altura,
Desta melancólica rua ,
Reside a esquecida ternura?

Sabem contar da vida
Histórias queridas,
Ler poemas sem feridas,
Onde toda brincadeira é divertida?

Sabem realmente explicar,
Diminuir dores ou aprovar,
O amor ou em nome dele perdoar,
Falar com Deus e continuamente amar?

Sabem acabar com a maldade,
Ofertar sem medidas a felicidade,
Extinguir as guerras e a crueldade,
Generais e suas ferocidades?

Apenas

Eu sou um destes filhos no mundo
Sou uma molécula de hidrogênio
Sou duas de oxigênio
No caldeirão de Deus a fervilhar
Com ingredientes que cumprem
O divino prazer
Êxtase e demência
Dos felizes aventurados a temperar
O mundo enquanto viverem
A ebulição cotidiana humana
Que desejam muito mais estarem alimentadas .
Do princípio elementar, do eu apenas .

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