Paixão

Paixão

PAIXÃO

Nesta fúria de paixão tresloucada
Embalada na solidão de amores imperfeitos
Ganhei a volúpia do nada.

Carrego em passos apressados, esses momentos de paixão
Nada vê, nada importa, não distingue cores nem defeitos
Neste amor de amante, de fúria e de desejo
Em pressão recôndita, sem ternura, sem condição
Apenas, um sorriso fugaz num improviso de um beijo
E, as rápidas carícias, nos instantes volúveis da sedução.

Você

Afinal, o que levamos da vida?
Senão os pensamentos
Senão as paixões
Senão os amores
Às vezes sinto que a vida brinca comigo
Que o amor me toma de abrigo
Que as palavras não são nada
E os silêncios são sorrisos
 
As nuvens brancas voam lá fora
e eu aqui, me pergunto - e agora?
O que faço para esquecer os desalentos?
Afinal, admito
Não tenho tempo
 
O mundo nos mostra os caminhos

Declarante no Tempo

Quando o sol toca a tua face
Fazendo-a colorir em tons alface
Sinto a alegria de contigo sonhar
E contigo o meu mundo partilhar

Quando o azul do céu ilumina o teu rosto
Cobrindo-o de girândolas e flores a teu gosto
Sorrio-te agarrando com força a tua mão
Envolto nos véus que protegem esta paixão

Quanto a chuva bate suave chorando
Em teus olhos, o caminho procurando
Lava a tristeza que também me envolve
Quando falar apenas de nós nos comove

Inquietude

Cadê as quimeras que deixaste aqui?

Andei pensando na vida.

Mas ela pensou em mim também

Ínclito é o meu coração

Longe daquela menininha.

Léguas de inquietude

Ébrio, é o que sou afinal

 

Sonho com o vento me levando a ti

Imaginário atroz.

Representas-me a bela deusa

Aquela que me acalenta em pensamentos

Traz-me uma miríade de neologismos

 

Aceite-me Senhora

Embora ainda não  tenhamos crescido

Somos adultos o suficiente para aceitar as verdades da vida

Chuva Serena

[poema em redondilha maior]

A chuva que cai, serena,
lembra prantos da saudade,
misto dor/felicidade,
que não sendo total, é plena.

A chuva que cai, nervosa,
lembra medos camuflados,
pois todos temos pecados,
que nem são verso, nem prosa.

A chuva que cai, dolente,
lembra sonhos que tombaram
e, contudo, se infiltraram
na alma daquele que sente.

A chuva que cai, é chama
que alimenta a Terra-mãe,
fulgor que invade e contém
plasmas que a vida proclama.

05.11.2013, Henricabilio

Paixão de Outono

Oh, brisa húmida de Outono
Que minha pele nua refrescas
Porque me roubas o sono
E do destino as réplicas?

Oh, janela de minha alma
Porque fechas as cortinas do Sol
Quando a Lua se passeia com calma
Pelas folhas macias do girassol?

Oh, Jardim de meu coração
Porque deixas-te florescer a magia
Em rosas vermelhas rubras de paixão?

Oh, floresta profunda e amargurada
Porque pintas a tela de nostalgia?
Não vês que o sonho termina na madrugada?!

Quando o perfume da Primavera

«Quando o perfume da Primavera
Tanto é do ar do meu coração
As estações da vida são todas
Só o meu amor…
E o cristalino do existir
Tem todo
O mar do teu olhar
E os únicos rumos dos meus barcos
São todos só a tua baía
E o sol da minha areia- corpo
Vive só da espuma- sal das tuas ondas
Do teu vaivém de vagas crespas
Que se amenizam no colo doce
Do regaço que te dou…»

(RMP)

(in Um Amor que vence Chronos)

(Des)fim

«(Des)fim

Loucura de ser do teu nome as vogais
Vertigem de ter no teu corpo todo o sal
Alívio suave de viver na água do teu olhar
Rasgo perene de, em ti, apagar a mediocridade
Frescura do segredo, no desejo das tuas searas
Seara loura que incendeio no teu corpo
Sede. Sede que o teu azul não apaga
Fome. Fome de nós dois no atalho para a alma
Alma, Alma que é tão imensa…
Fome e Alma, Corpo e Sede
Existir em nós que nunca terá
Fim.»
(RMP)

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