Verdade
Autor: Fernanda Farias on Wednesday, 26 December 2012
Que eu não haja com cinismo,
numa sociedade vazia de valores hipócritas.
Que minha voz seja justa ao falar a verdade.
E que eu não tenha medo de falar essa verdade.
Que eu não haja com cinismo,
numa sociedade vazia de valores hipócritas.
Que minha voz seja justa ao falar a verdade.
E que eu não tenha medo de falar essa verdade.
Pensar que estou feliz incomoda!
Não deveria sentir-me feliz num mundo cheio de problemas. De dificuldades. De coisas não resolvidas. De miséria. De fome. De desemprego…
Não deveria sentir-me feliz quando à minha volta a tristeza impera. A desilusão parece ser uma constante.
Não deveria sentir-me feliz quando alguém ao meu lado chora!
Quando alguém tem frio e não tem o que vestir.
Quando alguém tem fome e não tem o que comer.
Quando alguém quer trabalhar e não tem o que fazer. Um emprego para onde ir.
No entanto…
Acredito que estou no inferno, portanto estou nele.
A poesia não voltará a ritmar a ação; ela passará a antecipá-la.
Eu escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível. Fixava vertigens.
Os beijos são como pepitas de ouro e de prata encontradas na terra sem ter qualquer valor em si e que são preciosas por indicar que há uma mina por perto.
Quando será derrubada a infinita servidão da mulher, quando ela viverá para ela e por ela, o homem, - até agora abominável -, tendo-a despedida, ela será poeta, ela também!
A mulher descobrirá o desconhecido! Seus mundos de idéias divergirão dos nossos? Ela encontrará coisas estranhas, insondáveis, repugnantes, deliciosas; nós as teremos, nós as entenderemos.
O poeta se faz vidente por meio de um longo, imenso e refletido desregramento de todos os sentidos. Todas as formas de amor, de sentimento, de loucura; ele procura ele mesmo, ele esgota nele todos os venenos, para só guardar as quintessências.
Farsa contínua! A minha inocência me faria chorar. A vida é a farsa a ser levada por todos.