Florir neste sonho
Autor: Maria Santos Alves on Monday, 24 June 2013Flori neste sonho…
Flori neste sonho…
Para interromper um padrão dramático, o último passo é a magia, face ao desespero e pressa quase intolerável, num misto de alívio e frenesim que consola.
Ora desconcertante ora harmónica com impressões atribuídas a uma subjetividade tão providente como provisória.
Num notável fulgor melancólico, também melódico, da comédia construída de pedaços díspares só unificados pela ficção.
Realidade aparente escalada pelas ideações do imaginário.
Aquela vulnerabilidade do percurso que afaga o prazer, sem se importar com um objetivo ou destino determinado.
Intimidade manipulada, recortada por amargos de boca de impotência. Seres amputados, meios seres, no incompleto, amplificar do arco-íris desenvolto e precioso.
Tracejar de farsa, no drama que cobre o já dilacerado corpo, de personagens teatrais a quererem atravessar os séculos sobre palcos flutuantes, onde não podem apenas ser, deixam-se sobreviver.
A totalidade não consegue existir. Faminta de substancialidade, só aqui e ali, resgata lugares, vibrantes de confrontação e frontalidade.
Existência, quase jogo obsessivo, entre a monotonia e a construção mental.
Um combater dos vícios arreigados ao quotidiano, venenos na rotina dos dias.
Confusão picante a descompor o aborrecimento e a obediência.
Expressões desenhadas em elaboradas perícias da mente refletem sinais de alento.
Qualquer aroma de primavera a vibrar contra os desencantos de vazios flutuantes.
Nada é irreversível à acção voraz do sonho: apenas a morte.
Trocar da consumição por ímpetos do arrebatar criativo, ora ávido ora cálido.
Por vezes, senta-se o aborrecimento na sensatez. Embrulha o corpo, amolece os ossos, deprime a pele, num nítido semblante de dor da alma, causada pelo entrecruzar eléctrico dos neurónios.
Contra todos os prognósticos, vicejam os vermelhos no espanto do próprio sangue em contra-senso.
Contudo, existe uma densidade que faz tentativas sucessivas de cerco, para atiçar as inseguranças, fomentando medo.
Prossegue o debate, sempre rejeitado pela megalomania encaixada em redomas resplandecentes de vazio-eco.
Por vezes, senta-se o aborrecimento na sensatez. Embrulha o corpo, amolece os ossos, deprime a pele, num nítido semblante de dor da alma, causada pelo entrecruzar eléctrico dos neurónios.
Contra todos os prognósticos, vicejam os vermelhos no espanto do próprio sangue em contra-senso.
Contudo, existe uma densidade que faz tentativas sucessivas de cerco, para atiçar as inseguranças, fomentando medo.
Prossegue o debate, sempre rejeitado pela megalomania encaixada em redomas resplandecentes de vazio-eco.
Avaros reis balofos que prezam aios, lacaios para içarem estandartes infames, num jogo fedorento que escala até às nuvens quase paradas, como latrinas destapadas. Furtam afamados louvores por trocos de vassalagem. Estendem mantas de aversão sem data ou transmitem fadiga, a retirar dedais à dignidade sem qualquer pudor. Uns imitam falsos fios de submissão e modéstia, enquanto outros elevam o pescoço, enchem a cara de ira a ameaçar eclodir em transbordante contagioso uivo. Texto de Mirandulina