Prosa Poética

Lamento

Morre se pouco a cada dia, pela ausência do calor não acolhido
A saudade qual um conta gotas , cumpri este teorema...
Luz e trevas é uma discussão sem sentimentos.
Lamentar os beijos ausentes que não acariciaram ,
lábios que de forma mágica é envolvente ,
eram a pintura especial que faltou .
Desafio , suportar agoniantes despedidas .
Não lamentar o trem que partiu , sem a mínima presença ,
logo , gostar de observar os horizontes e as montanhas dos trilhos
Lamentar a ausência de não proporcionar toda aquela viagem mais que especial.

O pólen da luz

O pólen da luz espalha nos céus um trilião de
Ilusões esbeltas, desvairadas….quase apaixonadas
Seu perímetro orbita a envergadura de cada emoção hereditária
 
O pólen da luz perfuma a periferia e o perfil de um relâmpago imaginário
No amperímetro do tempo cada segundo esvai-se eletrizante e precário

TALENTOS

TALENTOS
 
Os percalços que a vida tem
Já não nos causam mais espanto
Tanta solidão e desventura
A gente ver por todo o canto
Há tantos males e misérias,
Cada vivente com o seu pranto.
 
Mas nossa vida é assim mesmo,
Tão contundente, tão real,
Na qual poucos têm muitos bens,
Muitos, com pouco, passam mal.
Como fugir do reservado
A cada um, tão desigual?
 

A menina e o Livro

Sentada sem preocupação Perto de minha casinha papelão Peguei um livro da minha tia Era velho e pesado passei a ler Percebera que não havia espaço sem reino E não havia reino sem espaço Que tinhas barquinhos água e sal Tinham palavras em lutas que impulsionavam a Nau Tinha homens em lutas Tinham reinos em lutas Tantas labutas epopeias homéricas Deixei o livro na sala e fui brincar com minhas borboletas Batizei uma delas de lusíadas o nome do livro da tia O livro era velho e pesado as borboletas não a são Pois não havia espaço sem reino e reino sem espaço E lusíada minha borboleta preenchia

SOM CORRIDO A CAVALO

A língua do bardo amolou a lâmina Que cortou o vento
Cipós e sons ao vento
Raízes no solo ao vento
A língua do bardo é uma raiz profunda
Acionou palavras de comando para um corcel selvagem, 
No dorso pintas brancas de luz ,
Corre ligeiro cavalo indômito 
Leva a música e lira do bardo medonho
Bardo gordo que matou a fome do povo
Festa de coisas gordas, a pedra o bardo a lâmina
 Tudo foi musical 
mesmo a lira parada sem movimento 

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