Soneto

Ser humano

Bem que se quis sonhar

Ter liberdade,para amar.

Caminhar em  nuvens.

 

Não precisar se indispor 

Nem calar a voz que o proibe.

Gritar, o seu grito de amor!

 

Mas quis tu nascer assim?

Nem pediu, nem desejou?

sei que não gostou! Mas viver..é em mim...

 Felicidade! E pra ti,que seria viver?

 

Não importa se és, o que não quer ser!

Nem se te escondes, para ninguém ver!

Importante pra mim é, que és um ser.

Humano, como deve ser.

 

arlete klens

Invernias

Invernias

O sol não se apresenta há alguns dias,
Tornando mais tristes os quadros cinzas;
Na tela, o frio e a chuva são as pinças
Que naufragam as frágeis euforias.

Os terrenos sucumbem à pujança
Das águas que já não podem reter;
As verdes ervas, seguem a crescer,
Contra ciclo que brilha de esperança.

Às débeis aves faltam as sementes,
Aos mamíferos faltam os abrigos,
Aos homens sobram horas pacientes...

Pedira a Jeová e deu-me Üa Arte

Pedira a Jeová e deu-me üa Arte,
Do qual muitos vêm desacreditar;
Se a mim pertence grandíloco poetar,
Sabe matriz que ergueu meu norte.

Como sabem meus Céus e Marte
Que tudo tem dado com pouco faltar
Ó tu, que ainda dúvidas até no altar
De mim serás crente logo que parte...

Vede nos olhos meus a arte minha;
Que os Céus cravaram no coração,
Meu; e vamos regando dia-à-dia !

Plagiando o verbo d'alma na dedição,
Fui conjugando arte que eu pedia;
Foram meus dias, mas poesia tinha

“Cheguei Tardio”

No rosto cultivo, marcas que a vida disse;

Leitos húmidos, d’amor em águas puras

- Mas porquê, em tal rosto, cor tão triste?

- É o tempo, ó dor, que muito curas…

 

Choro sim, ainda, as lágrimas que chorei

Lavrando mais fundo, a causa, ou razão

Dos cem anos que não nasci, tarde cheguei

Para te abraçar, dos lábios ao coração...

 

Pois que cheguei, tarde, para te ver

Mais tarde, na tarde que te fui conhecer

E em teus braços abertos, choro essa dor

 

Cheguei tardio, a beijos incertos

Lâminas por Pétalas

Encapeladas lâminas girando
A toda a minha volta. Fluxo flébil
Hiante de outrora, afã consumpto estéril
Duma ausência afinal presente, instando

Júbilo da verdade revelada,
Novamente impassível ao rolar
do Tempo. Conjugado o verbo amar,
Presente sempiterno, visitada

Inopinadamente, no acro em mim.
Abaluarta-me a essência tua atinente,
De pétalas de mil cores sem fim.

Lépido, trocas lâminas cortantes
Pela hossana de pétalas enfim
Até ao diedro feliz d'eternamente.

Alma Perdida

ALMA PERDIDA

Alma perdida é apenas uma sombra que flutua
Ligada em pecado no materialismo de outra geração
Hospedeira de um corpo, numa vida que não é a tua
Procuras o perdão, nos dias imaculados da redenção.

Nos âmbitos da lenta evolução, que tens vivido
Padecendo sem luz, no universo do teu mundo
Despertando em ti, horríveis instintos sem sentido
E uma mão cheia de nada, num pavor profundo.

Sagres

SAGRES

Nesta terra diferente de mar profundo, onde os mitos outrora foram vencidos
Declamo o poema a este povo coberto pelo rumor e pelo sal do seu mar
Circundado por escarpas e ventos fortes, que sopram em todos os sentidos
Sigo na saga de rumos desconhecidos, inspirado na magia intemporal do ar.

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