Tristeza

África

África retrata o drama dos agonizantes da fome, seres que se encontram no limiar entre a vida e morte e que buscam em seus benfeitores, não mais do que o mínimo: poder sentir em seus corpos que a vida ainda pulsa e o direito desesperar para lutar por sua dignidade, na mas restrita e miserável condição humana.

O poema está exposto em um fundo que expressa o estado de uma vida árida e sem esperança, seu texto manteve o branco da paz e do inexorável destino do ápce do sofrimento humano.

Angústia Não Mata

ANGUSTIA NÃO MATA

Estou com tristeza até a alma!

Os meus olhos recusam chorar, mesmo se quisessem não conseguiriam.

Os meus olhos parecem secos, as lágrimas já se derramaram quase todas, ou, reteve mediante a vergonha que elas sentem de rolarem rosto abaixo e cairem pelo chão.

Uma angústia, dói o peito, ainda bem, que não é o coração. O coraçao não suportaria tamanha dor. 

Bem dizia a minha mãe: "O desprezo dói mais que uma bala de revolver Calibre Trinta e oito". 

Não consigo chorar. Meus olhos piscam, piscam, mas algo diz: Não chores! 

Perdido em nuvens (Parte VI/Final)

Ambição não tenho pouco
arde tarde e mais que fogo
Mas atenção, não tenho foco
Olha ali um pombo morto

Desgraçado do pássaro
traçado com roedor
Essa ave, não é grave
é só um rato voador

Contaminador
tanto quanto a minha dor
que é continental
quando devia ser açores

Isolado do mundo
no fundo desolado
encostado no canto
queria tanto ser degolado

Com os pés na terra
e uma asa de cada lado
se um dia eu vou 'pá guerra
eu voo já derrotado

Perdido em nuvens (Parte III)

Fui 'pa Liverpool
a escalar em Barcelona
Sem 'guita', no aeroporto
virei o 'Barceloner'

Excedi na carga
Cabra, nem um gajo poupa
esvaziou-me a mala
foi-se o 'pitéu' e a roupa

Erro meu
devia ter visto o limite antes
Pensei eu
enquanto 'chilava' com o Tom Hanks

E enquanto esperava
considerava ir a 'penantes'
Mas como é que aguentava
se me tiraram o lanche

De mala aviada
no fim da maldita viagem
Deixaram-me agarrado
'Broda', 'brigada

Perdido em nuvens (Parte II)

Foram-se os conhecidos
os amigos, e a familia
A que não só me acolhia
mas assim o escolhia

E minha terra
que tens pisado o meu passado
teu sol(o) me enterra
quando deixar de ser cruzado

Às vezes 'tou tão "bad"
quase a ficar tombado
e ouço o som do nosso rap
misturado com o nosso fado

O que eu não dava agora
por um arroz de pato
Eu tenho coração de cão
embora tenha rosto de gato

Imagino a 'Liza'
vista do miradouro
Olho com o tique de midas
vira a 'Liza' d'ouro

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