Tristeza
OM
Autor: Reirazinho on Friday, 25 March 2022O universo é uma morada, e a lógica o abriga.
O alinhamento dos planetas reside o sistema solar.
O planeta está abrigando os seres pensantes,
Mas os pensantes estão abrigando castas;
O mais forte aprisiona homens em batalhões.
O batalhão guerrilha contra forças inferiores a ele.
O julgado ‘’inferior’’ precisa defender seu povo,
Matando seus próprios soldados se necessário.
O sem-teto vê o lampejo de uma bala ao céu,
A árvore cai
Autor: Reirazinho on Thursday, 17 March 2022Permaneço atrofiado em minha literatura. As raízes dos aforismos não convencem mais as mudas do jardim bem cuidado; as regagens dos parágrafos jocosos não mais hidratam à terra seca da base. Meus troncos estão grunhindo em sons quebradiços como cacos ao chão, e minhas folhas afoitas fugiram dos meus ombros.
Fobia Social
Autor: Reirazinho on Sunday, 13 March 2022Enclausurado pelo medo insalubre,
sentenciado em prisão domiciliar.
Acusado pelo frio na espinha:
Multidões me deixam doente.
Não desisto das coisas, não mesmo,
mas acontece que não há sossego;
Minha alma vai a cem por hora,
na contramão d'rosa que aflora.
Um jardim tão lindo me espera,
mas o buque de flores me enterra.
O medo de enfrentar é uma enchente,
E minhas lágrimas dão mar sofrente.
Todos na vida debruçam em potência,
enquanto o solitário, sangra clemência.
A realidade dura
Autor: Reirazinho on Friday, 4 February 2022Solidão
Autor: Reirazinho on Friday, 4 February 2022Elegia a Deus
Autor: Reirazinho on Monday, 31 January 2022Quem na penumbra de um pensamento
Poderia imaginar tal desalento tão cinza,
No abismo surreal de espíritos sofrendo
Por ausência da graça que nos finda.
Os galhos ressecaram por sua ida sombria
Os pássaros enrijeceram e caíram no poço,
Mas nossos pecados voam na névoa tão fria
E iram os animais tão selvagens de teu fosso.
Tais criaturas viveram sob o jugo da moral
Agora fervelham no sangue negro tão vil.
Dançam no adágio do ódio, o pecado mortal,
A ordem deificada no buraco escuro e febril.
Íngreme
Autor: Reirazinho on Thursday, 13 January 2022Eu guardo a esmeralda
O bem mais valioso que tenho
Polida na tristeza, e acabada
Nas sujeiras que sustenho.
Impureza que degrada a fonte
Como verniz que fede a madeira
Sou o fétido sem-teto do afronte
Em algoz de tal maneira.
Sem moral, sem nada a declarar
Se preso eu fosse, a pena é liberdade
Estando acorrentado na corrente do negar
Juiz ou réu, indiferente à tal felicidade.
Nas ruas de um poema
Autor: Reirazinho on Sunday, 12 December 2021Um dia tentando rimar
ano passando a falhar,
no tic tac da lamúria
tempo cai em penúria;
do dinheiro e do vigor:
o mendigo em torpor.
Esmolas de si mesmo,
apoteose do soberbo.
Decrépito em teu ideal
Afasia da morte final.
O soterrado, carece
uma vigília de prece,
em respeito ao velório
ao poeta irrisório.
Teu cântico do drama
acaba nas linhas em lama.
Ainda no mundo
Autor: WILSON CORDEIRO... on Thursday, 11 November 2021Pelo poder do espírito santo de todos os carinhos
Onde a devotada esperança aos pouquinhos
Ainda destila lágrimas e segredinhos
Mundo indomável, discreto incoerente
Não dissolve o som dos pecados persistentes
Oh musa, flor mulher ou algum governo polivalente
Venham pelo menos salvar os dias de amargura
Das cercanias da vida, dor e tortura
Deus ainda não tive este quinhão, de dedicada ternura
Onde o mundo todo diz merecer
Mas a carência de algum bem faz perecer
O mundo escreveu um trecho dessa peça mal de se ver