A VICTORIA COLONNA
Autor: João de Deus on Sunday, 30 December 2012
Não sei que ha de divino, força é crêl-o
N'esses teus olhos d'uma luz tão pura
Que, ao vêl-os, tive logo por segura
Aquella paz que é meu constante anhelo.
Filha de Deus, nossa alma aspira a vêl-o;
Desprezando caduca formosura,
Ella, em seu giro eterno, só procura
A fórma, o typo universal do bello.
Não póde amar, não deve, uma alma casta
Fugaz belleza, graça transitoria,
Coisa que o tempo leva, o tempo gasta.
Nem tambem alma digna de memoria
Póde amar o prazer, que o bruto arrasta,
Em vez do puro amor--sombra da gloria.
MIGUEL-ANGELO.
Coimbra.
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