DE TARDE
Autor: Cesário Verde on Wednesday, 16 January 2013
N'aquelle «pic-nic» de burguezas, Houve uma cousa simplesmente bella, E que, sem ter historia nem grandezas, Em todo o caso dava uma aguarella. Foi quando tu, descendo do burrico, Foste colher, sem imposturas tolas, A um granzoal azul de grão de bico Um ramalhete rubro de papoulas. Pouco depois, em cima d'uns penhascos, Nós acampámos, inda o sol se via; E houve talhadas de melão, damascos, E pão de ló molhado em malvasia. Mas, todo purpuro a sahir da renda Dos teus dois seios como duas rolas, Era o supremo encanto da merenda O ramalhete rubro das papoulas!
Género: