ULTIMATUM d`AMOUR
ULTIMATUM d`AMOUR
antes que ame-a invisível
como um herói previsível
não me queixarei da presença
de um provisório tormento
ou de um perene lamento
em meu taciturno presente
como um dilema, um poema
um fonema que não consolide a rima
nas melodias, correnteza acima
navegando contra a corrente
e usando ínfima cadência
tolerando a negligência
que não ultrapasse a urgência
dessa solicitude
que é meu amor compartilhado
nas ruínas do que restou
dessa canção indomada
ao se consolidar nos versos
como um ultimatum
-resgate inadiável-
escorrendo em minhas mãos vazadas
com pressa para ser libertado
dos malogros de um indulto tênue
inepto em sua concepção
já que o fogo que queima na tocha
incendeia também a rocha
do meu coração quebrantado
-transtornado
por uma rebelde turvação