A Paciência do Tempo

O tempo se despoja de minha espera,
Faz troça da minha paciência
Tiquetaqueando, me condena,
Revela-me sua perene onomatopeia.

Aguarda-me sem pressa,
Como quem apenas me observa.
Mas sei que dele dependo,
Que no fim vou carecer de tempo.

O tempo todo de nenhum momento esperado.
O mesmo tempo que me sobra
Apenas quando não o tenho,
Pois se o tenho, ele já me falta.

Silêncio à la gardère

Remota e longínqua refugia-se a solidão entre
A folhagem deste exílio que se esconde tão proscrito
Alimentando e cutucando os ardores poéticos desta mísera
E afinada ilusão serpenteando todo o silêncio em reclusão
 
O silêncio à la gardère recrudesce integro e despojado

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