Não tem tempo este poema ...

Na fruteira de folhagens
pássaros do universo
vêm polinizar
o fogo das estrelas
obrigando-nos a memória
envelhecida
a percorrer quais momentos
de eternidade
as neblinas das nebulosas
das galáxias
num laivo de liberdade
e compaixão
pelos humanos oprimidos
seres da Terra ...
Neste encontro com as estrelas
segredam-me os anjos
os mistérios do universo

Às Palavras que ainda não conheci...

Sinto-me cansado, quero descansar,
fechar os olhos,
deitar-me ao lado,
aconchegar-me às palavras
de letras gastas, feridas, fartas...
Apetece-me...
Apetece-me roubar-lhes o pensamento,
esvaziar-lhes o sentimento,
deixando-as orfãs de flores, mar, sal, esperança...
Quero sentir saudade das saudades de ir até ao fim do mundo,
resgatá-las, abraçá-las, amá-las, tocá-las, senti-las e depois, sim...
Abandoná-las, a elas, as palavras
Quero brincar e chorar,
quero-as só para mim,
ficar com tudo delas...

pássaros

Como seria se fóssemos pássaros, poisados, em bando, num cabo de alta-tensão?

Como que pintados?

Seria um grupo observando!

Se existisse a perfeição:

Fóssemos,

Pássaros imaginando,

Poisados!

Em fila, comunhão:

Bando se existissemos!

Num momento, parados,

Cabo, em flutuando,

De recta direção,

Alta-tensão!

 

Como poisados?

Pintados:

Pássaros parados!

Perfeição?

Cabo, direcção!

Em fila observando,

Num bando fóssemos:

Comunhão,

Flutuando!

A Universitária

Quando entrei para a universidade

O meu sonho na verdade

Era sair dali com o diploma de Dr.

Um dia conheci uma moça linda

Que foi mudando minha vida

Ela foi o meu grande amor

 

O tempo foi passando

Eu e ela ali sonhando

Um castelo tão bonito, juntos construir.

Aonde seria nosso ninho, nosso lar.

Ao lado dela vivi momentos que não da para explicar

Ao lado dela um dia eu fui feliz

 

A universidade um dia ela abandonou

E nunca mais me procurou

Encontrei Jesus No Caminho

Ainda jovem te encontrei pelo caminho

Não te segui e escolhi viver sozinho

Achava o seu amor uma escravidão

Um dia deixou o trono uma coroa e a gloria

Para descer onde eu me encontrava

E para sempre mudou a minha historia

Usou sandálias e as vestes de um plebeu

Deixou que o pó cobrisse os pés seus

Sobre uma pedra sua cabeça repousava

Um dia reencontrei humilhado e sozinho

Carregando uma cruz pelo caminho

Senti vergonha de cada ato meu

 

Ele bebeu o cálice que eu devia beber

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