A ''Wake Up Call'' Aconteceu.
Autor: Joana Trindade ... on Saturday, 25 March 2017A ''wake up call'' aconteceu.
Trabalhava, como todos os dias, num dia encoberto como tantos outros. Num sábado de manhã, como sempre.
A ''wake up call'' aconteceu.
Trabalhava, como todos os dias, num dia encoberto como tantos outros. Num sábado de manhã, como sempre.
A aurora
Ergue-se lentamente
A tela no horizonte
Uma cascata de luz
É derramado do céu
Cobre a fonte, cobre o mar
Cobre o verde do campo
E a terra vem abençoar
Num momento divino
A aurora transforma-se em dia
E neste manto de cores
Eu me visto de alegria
Desce do céu até ao mar
Uma suave neblina
Cai no horizonte
E prende o meu olhar
Paisagem pura, genuína…
Que deixa na natureza
Versos de adrenalina
Entre as brumas se reflecte
Sopra o vento na ilha
O vento sopra na ilha
Galopa como um cavalo
Do céu cai uma chuva celeste
Sobre o mar que habita em mim
Sinto uma explosão de sensações
Meu sangue ferve sob a pele
Um incêndio teima em afogar-me
Ai como sopra o vento na ilha!
Mas preciso desse vento
Para secar minha memória
Vejo labirintos de água
Que se diluem nas nuvens
Dentro de mim, só tu és bonança
Tudo desaparece antes de ser dito
Ai como sopra o vento na ilha!
Já não existem cancioneiros
manuscritos de vivos versos
colectados e materializados
por poetas complexos.
Já não existem trovadores
daqueles de cistre em riste
entoando a canção triste
das suas coitas d'amores.
Dizemo-nos poetas hoje
esquecendo o que um dia foi
a história da poesia lírica.
Para quê?
Faço esta pergunta.
Não a coloco em lado nenhum.
Faço-a na sua interrogação mais simplista.
Faço-a enquanto encho o copo.
Esse poço de perguntas sem resposta.
Bebo até não me lembrar da pergunta.
Para quê?